Vencedores das eleições francesas decidem impeachment de Macron

O presidente francês foi duramente condenado pela esquerda por atribuir o cargo a Michel Barnier

O presidente francês, Emmanuel Macron, nomeou o antigo negociador do Brexit, Michel Barnier, como o novo primeiro-ministro do país, depois de uma eleição inoportuna ter deixado abalado o controlo do seu partido sobre o parlamento.

A nomeação de Barnier foi anunciada na quarta-feira pelo Palácio do Eliseu. Num comunicado, o palácio disse que Barnier, um membro dos republicanos de centro-direita, garantiria “as condições mais estáveis ​​possíveis” para a França. Barnier substitui Gabriel Attal, membro do partido centrista Renascença de Macron.

Político firmemente pró-UE, Barnier ocupou vários cargos de gabinete ao longo das décadas de 1990 e 2000, e serviu como Comissário do Mercado Interno da UE entre 2010 e 2014. Entre 2016 e 2019, atuou como chefe da força-tarefa do Brexit do bloco, supervisionando negociações com o Reino Unido durante a sua saída da união.

O anúncio de quarta-feira põe fim a dois meses de impasse político em França, após uma eleição antecipada que viu o partido de Macron perder dezenas de assentos, bem como o seu estatuto de maior partido no parlamento. Só uma última hora “votação estratégica” O acordo com a Nova Frente Popular (NFP) de esquerda impediu que a Direita Reunião Nacional (RN) ganhasse a maioria na legislatura.

No entanto, Macron bloqueou então a nomeação da primeira-ministra escolhida pelo NFP, Lucie Castets, argumentando que ela ameaçaria “estabilidade institucional”. O RN já tinha prometido bloquear qualquer candidato proposto pela aliança de esquerda, e Castets provavelmente teria sido derrotada num voto de confiança se tivesse sido nomeada por Macron.

O líder do RN, Jordan Bardella, disse na quarta-feira que seu partido julgará Barnier por seu discurso político, bem como por suas ações no cargo. “Iremos implorar para que as grandes emergências que o povo francês enfrenta – poder de compra, segurança, imigração – sejam finalmente resolvidas e reservamos todos os meios políticos de acção se este não for o caso nas próximas semanas”, afirmou. Bardella alertou em um post no X.

Como terceiro maior partido no parlamento, o RN deterá um poder significativo num próximo voto de confiança sobre Barnier, ao qual o novo primeiro-ministro terá de sobreviver antes de assumir o cargo.

Caso a direita decida expulsar Barnier, não está claro se encontrarão algum aliado à esquerda. O NFP – um bloco de socialistas, comunistas e verdes – condenou amargamente a rejeição de Macron de Castets por Barnier, com o chefe do Partido Socialista, Olivier Faure, descrevendo a nomeação de Barnier como “A negação democrática no seu auge”.

“É a coligação que sai por cima que é chamada a formar um governo. Nunca o partido que perdeu a eleição”, ele escreveu no X, avisando que “estamos entrando em uma crise de regime”.

No entanto, o NFP deixou de lado as suas divergências ideológicas com os centristas de Macron em Junho, quando os dois lados se uniram para negar uma maioria absoluta ao RN.

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