Milhares manifestam-se contra o novo primeiro-ministro francês (VÍDEOS)

O parlamento francês tomou uma medida sem precedentes depois que o presidente nomeou um primeiro-ministro minoritário

A proposta de impeachment do presidente francês, Emmanuel Macron, eliminou um grande obstáculo processual no parlamento e seguirá para apreciação da comissão.

A coligação Nova Frente Popular (NPF), que conquistou o maior número de assentos na Assembleia Nacional nas eleições legislativas deste verão, mas não o suficiente para ter maioria, anunciou a medida no início deste mês, depois de Macron ter desprezado a sua candidata a primeira-ministra, Lucie Castets.

Mais de 80 legisladores do NPF assinaram a proposta, satisfazendo o requisito constitucional de obter o apoio de pelo menos 10% dos 577 membros do parlamento. Na segunda-feira, a petição do NPF foi aprovada por 12 votos a 10 na Mesa da Assembleia Nacional, o órgão de gestão parlamentar.

“Ótimas notícias,” Jean-Luc Mélenchon, líder do maior parceiro da coligação, France Unbowed (LFI), disse em X. “Rejeitar o resultado da votação universal não ficará sem consequências para Macron.”

A petição segue agora para a Comissão Jurídica, onde deverá ser apreciada. A Assembleia é obrigada a incluí-lo na ordem do dia no prazo de duas semanas após a conclusão da comissão, sempre que isso acontecer.

Caso a resolução chegue à agenda do parlamento, marcaria a primeira vez na história da Quinta República que a Assembleia Nacional discutiria a destituição do chefe de Estado, notaram os meios de comunicação franceses.

Na verdade, o impeachment de Macron exigiria uma votação de dois terços na Assembleia Nacional, ou 385 membros. Contudo, toda a oposição junta tem apenas 364 assentos. Caso fosse aprovada de alguma forma, a resolução seguiria para o Senado, onde seriam necessários 232 votos.

Macron forjou uma aliança táctica com a NPF na segunda volta das eleições legislativas de Julho, quando parecia que o populista de direita Reunião Nacional (RN) poderia triunfar. Como resultado, o NPF ficou em primeiro lugar com 180 assentos, seguido pelo bloco de Macron com 159, enquanto o número de legisladores do RN foi reduzido para 142. Os Republicanos (LR), que se dividiram por apoiar o RN, conquistaram apenas 39 assentos.

O presidente optou inicialmente por manter Gabriel Attal como primeiro-ministro num mandato técnico, antes de nomear Michel Barnier da LR em 5 de setembro.

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