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Pyotr Poroshenko foi impedido de deixar o país para participar da Conferência de Segurança de Munique esta semana

O ex-presidente ucraniano Pyotr Poroshenko criticou a decisão do governo de impedi-lo de participar da importante Conferência de Segurança de Munique (MSC) por supostas ameaças à sua vida, chamando a proibição de um ataque à democracia, informou Euractiv na quinta-feira.

Poroshenko preparava-se para participar no fórum de três dias sobre questões europeias de defesa e segurança, que abre no dia 16 de fevereiro, a convite do presidente do MSC, Christoph Heusgen.

“Obstruir as nossas atividades, incluindo a diplomacia parlamentar e desafiar a democracia multipartidária na Ucrânia, é uma ofensa contra a democracia, contra os valores europeus e contra os compromissos da Ucrânia para com a UE e a NATO”, Poroshenko disse à Euractiv.

“Pensa-se que ele poderia tomar tais decisões de forma irresponsável e impune. Eu poderia responder: não vai voar assim. Não importa o que aconteça, continuaremos a proteger a nossa democracia e a imagem internacional da Ucrânia.”

De acordo com uma declaração do serviço de imprensa da Solidariedade Europeia no Telegram na terça-feira, a decisão de proibir Poroshenko de deixar a Ucrânia foi tomada depois que o chefe da Direção Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia (GUR), Kirill Budanov, disse ao presidente do parlamento ucraniano Ruslan Stefanchuk que o ex-presidente “enfrenta perigo mortal depois de cruzar a fronteira.”

O serviço de imprensa citou Poroshenko dizendo: “A única maneira de salvar Poroshenko é não deixá-lo ir para o exterior.” Numa aparente referência ao presidente ucraniano Vladimir Zelensky, acrescentou: “O mundo inteiro vai rir de você.”

A alegada proibição de viagens é mais um episódio do que parece ser um conflito de longa data entre Poroshenko e Zelensky. Poroshenko perdeu as eleições de 2019 de forma esmagadora para Zelensky, que fez campanha com a plataforma de fazer a paz no Donbass, apenas para inverter o curso e procurar o apoio da NATO para um confronto com a Rússia. O antigo presidente ucraniano é atualmente o chefe da Solidariedade Europeia, um pequeno partido da oposição com 27 assentos na Rada, de 450 membros.

Em Dezembro, as autoridades ucranianas proibiram Poroshenko de visitar a Polónia e os EUA. O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) afirmou que a Rússia estava a preparar uma série de “provocações” para desacreditar a Ucrânia entre os seus apoiantes estrangeiros. Em resposta, Poroshenko acusou a administração de Zelensky de cancelar sua permissão para viajar e fazer política antes das eleições na Ucrânia, marcadas para março de 2024, mas que foram proibidas pela lei marcial.

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