Bruxelas:
Um tribunal da UE revogou na quarta-feira uma multa de 1,49 mil milhões de euros (1,65 mil milhões de dólares) imposta por Bruxelas contra a Google por abuso de domínio sobre publicidade online. “O Tribunal Geral anula a decisão da Comissão (Europeia) na sua totalidade”, disse o tribunal com sede no Luxemburgo num comunicado, acrescentando que a “instituição cometeu erros na sua avaliação”.
Bruxelas “não levou em consideração todas as circunstâncias relevantes na sua avaliação da duração das cláusulas contratuais que a comissão considerou abusivas”, afirmou o tribunal.
A comissão, o influente regulador da concorrência da UE, disse que “toma nota” e que “estudará cuidadosamente o julgamento e refletirá sobre possíveis próximos passos” – o que poderia incluir um recurso.
A decisão será um alívio para o Google, depois de o mais alto tribunal da UE ter mantido na semana passada uma multa de 2017 no valor de 2,42 mil milhões de euros por abusar do seu domínio ao favorecer o seu próprio serviço de comparação de preços.
Como parte de um grande esforço para combater os grandes abusos tecnológicos, a UE aplicou ao Google multas no valor total de 8,2 mil milhões de euros entre 2017 e 2019 por violações antitrust.
A multa de 1,49 mil milhões de euros é a terceira dessas penalidades, focada no serviço AdSense do Google.
Mas as longas batalhas jurídicas entre o Google e a UE não terminam aí.
O Google também está contestando uma multa de 4,3 bilhões de euros que Bruxelas lhe impôs por impor restrições aos smartphones Android para impulsionar seu negócio de busca na Internet.
A multa de 2018 continua a ser a maior sanção antitrust de sempre aplicada na UE.
O Tribunal Geral em 2022 reduziu ligeiramente a multa para 4,1 mil milhões de euros, mas apoiou principalmente o argumento da comissão de que a Google tinha imposto restrições ilegais.
A saga jurídica continua nesse caso depois que o Google apelou da última decisão perante o Tribunal de Justiça Europeu superior.
Desde então, a UE armou-se com uma arma legal mais poderosa, conhecida como Lei dos Mercados Digitais (DMA), para controlar gigantes da tecnologia, incluindo o Google.
Em vez de os reguladores descobrirem violações flagrantes das regras antitrust após investigações que duraram muitos anos, a DMA fornece às empresas uma lista do que podem ou não fazer online.
O objetivo é que os titãs da tecnologia mudem de atitude diante da necessidade de multas dissuasivas.
O Google já é objeto de uma investigação sob o DMA junto com a proprietária do Facebook, Meta, e a Apple.
O Google também está na mira dos reguladores dos EUA.
Na semana passada, o titã da tecnologia enfrentou o seu segundo grande julgamento antitrust em menos de um ano, com o governo dos EUA a acusar a Google de monopólio na tecnologia publicitária – o complexo sistema que determina quais os anúncios online que as pessoas veem e o seu custo.
Isso ocorre depois que um juiz dos EUA considerou, em agosto, que o negócio de buscas do Google era um monopólio ilegal, uma decisão que ameaça uma possível ruptura do gigante da tecnologia.
A tecnologia publicitária está no centro de várias investigações por parte de reguladores em todo o mundo.
Os reguladores britânicos afirmaram no início deste mês, em conclusões provisórias, que o Google abusou do seu domínio no mercado.
A UE concluiu de forma semelhante no ano passado que o Google está a distorcer a concorrência no mercado e recomendou que a empresa fosse forçada a alienar o seu negócio de tecnologia publicitária.
O Google tem o direito de responder nos casos do Reino Unido e da UE antes que os reguladores cheguem às conclusões finais.
A controladora Alphabet disse em julho que a receita de pesquisas de anúncios online subiu para US$ 48,5 bilhões no segundo trimestre deste ano.
(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)