Pelo menos seis pessoas morreram no primeiro surto do vírus mortal de Marburg em Ruanda. Sabin Nsanzimana, ministro da saúde do país, confirmado que a maioria das vítimas eram profissionais de saúde em uma unidade de terapia intensiva hospitalar.
Vinte e seis casos foram confirmados desde sexta-feira. As autoridades estão rastreando cerca de 300 pessoas que podem ter sido expostas ao vírus, principalmente na capital, Kigali. Para conter a sua propagação, o governo está a implementar medidas como o rastreio de contactos, a quarentena dos indivíduos afectados e o lançamento de campanhas de sensibilização para a saúde pública.
O que é o vírus Marburgo?
O vírus Marburg é uma doença altamente infecciosa semelhante ao Ebola. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a doença tem uma elevada taxa de mortalidade, variando entre 24% e 88%, dependendo do surto e da resposta dos cuidados de saúde.
O vírus foi identificado pela primeira vez em 1967. Este surto, ligado a macacos verdes africanos importados do Uganda, ocorreu simultaneamente em Marburgo e Frankfurt, na Alemanha, e em Belgrado, na Sérvia, provocando 31 infecções e sete mortes na altura.
Como o vírus se espalha
O principal portador do vírus Marburg é o morcego frugívoro rousette egípcio, que pode transmitir o vírus aos humanos. Macacos verdes e porcos africanos também podem transmitir o vírus.
O vírus se espalha entre humanos através do contato com:
- Fluidos corporais (sangue, saliva, vômito, etc.)
- Cama ou superfícies contaminadas
- Sêmen infectado, que pode permanecer infeccioso meses após a recuperação
Sintomas
Os sintomas podem começar repentinamente e incluem:
- Febre alta
- Fortes dores de cabeça
- Dores musculares
Após cerca de três dias, os pacientes relatam sintomas graves, como:
- Diarréia aquosa
- Dor de estômago
- Vômito
- Sangramento de várias partes do corpo
De acordo com a OMS, “a aparência dos pacientes nesta fase foi descrita como apresentando características desenhadas como ‘fantasmas’, olhos profundos, rostos inexpressivos e extrema letargia”.
A perda extrema de sangue e o choque podem resultar em morte dentro de oito a nove dias após o aparecimento dos sintomas.
Medidas de controle atuais
As autoridades de saúde recomendam:
- Evitar contato físico com pessoas infectadas
- Lavar as mãos regularmente com água e sabão ou usar desinfetante
- Evitar o consumo de carne de animais selvagens ou o contacto com suínos em áreas de surto
A OMS está a prestar apoio ao Ruanda na gestão do surto. Atualmente não existem tratamentos ou vacinas específicas, embora os cuidados de suporte, incluindo reposição de fluidos e transfusões de sangue, possam ajudar a controlar os sintomas. Os pesquisadores estão desenvolvendo vários produtos sanguíneos, terapias medicamentosas e tratamentos imunológicos.