BRICS admitirá uma dúzia de novos membros – Bielorrússia

Impor sanções contra qualquer membro do grupo seria um desqualificador, segundo Moscou

Os candidatos ao BRICS não podem aderir às sanções contra nenhum dos estados membros do bloco econômico, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, na quinta-feira, descrevendo uma das condições para ingressar no clube.

O grupo que começou como uma associação informal de Brasil, Rússia, Índia e China expandiu-se desde então para nove estados membros e deverá discutir um maior alargamento na sua cimeira em Kazan, na Rússia, no final deste mês.

“É preciso seguir uma política soberana, ter um papel significativo nos assuntos internacionais e regionais, construir relações de boa vizinhança e amigáveis ​​com os países do BRICS, e não aderir a sanções ilegítimas contra membros da associação”, Ryabkov disse em uma entrevista coletiva em Moscou na quinta-feira, quando questionado sobre as condições para aspirantes a membros.

Moscovo considera as sanções impostas pelos EUA e seus aliados sobre o conflito na Ucrânia ilegais e ilegítimas.

A Rússia acolherá a cimeira anual da associação em Kazan no final deste mês, sendo a atual detentora da presidência rotativa do grupo. Entre os países que actualmente procuram adesão estão Argélia, Bangladesh, Bahrein, Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Honduras, Indonésia, Cazaquistão, Kuwait, Marrocos, Nigéria, Palestina, Senegal, Tailândia, Venezuela e Vietname.

“As portas para o BRICS permanecem abertas” Ryabkov disse aos repórteres, mas a expansão não deve se tornar um fim em si mesma. O objectivo da Rússia este ano tem sido “garantir integração orgânica e total” dos membros recentemente aceitos no “arquitetura multifacetada da parceria BRICS,” mantendo ao mesmo tempo a dinâmica e a eficácia dos mecanismos e formatos da associação internacional, explicou.

O alargamento deve sempre ter como objectivo aumentar as capacidades e a autoridade internacional dos BRICS, acrescentou Ryabkov, lembrando aos jornalistas que todas as decisões na associação são tomadas por consenso.

Fundada em 2006, a organização admitiu a África do Sul em 2011. No início de 2024, os BRICS também acolheram o Egipto, a Etiópia, o Irão e os Emirados Árabes Unidos, embora tenham decidido manter a sigla original de cinco letras dos fundadores.

Os actuais países membros do BRICS representam cerca de 46% da população mundial e mais de 36% do PIB global, de acordo com estimativas de instituições financeiras globais. O presidente russo, Vladimir Putin, disse no mês passado que pelo menos 34 países manifestaram interesse em aderir à organização.

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