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Incêndios, inundações gigantescas, secas extremas, furacões… As famosas mudanças climáticas, anunciadas há muitos anos, estão acontecendo. O mundo parece estar desmoronando! Para se ter uma ideia, em 1859, o físico inglês John Tyndall descobriu e explicou como funcionava o efeito estufa. Com uma série de experimentos, ele mostrou que as emissões de CO2 na atmosfera absorviam a radiação e o calor do sol, o que provocava mudanças no clima. Em 1859! Desde então, convenhamos, a situação na Terra só piorou.

A descoberta de Tyndall tem 165 anos. Nós nem nascemos. Não somos culpados pelas actuais condições catastróficas no nosso planeta. Então, quem é o culpado? E, se não somos os culpados, deveríamos esperar enquanto o mundo acaba em fogo ou água?

A culpa não é só nossa, claro, porque as ações individuais são um grão de areia diante das mudanças que precisam acontecer. Um exemplo: de acordo com o Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal (RASARP 2023)a rede de abastecimento de água do país perde 27% do volume distribuído todos os anos através de vazamentos e desvios. São 184 milhões de metros cúbicos por ano.

Agora vejamos: o consumo médio mensal de um cidadão é de 3,3 metros cúbicos. Seu banho de 10 minutos consome aproximadamente 120 litros de água, ou 0,12 metros cúbicos. Reduzir o tempo do banho para cinco minutos, ou 0,6 metro cúbico a menos, não vai mudar nada, certo? Vamos fazer as contas? Se os 10 milhões de habitantes de Portugal decidissem tomar um banho cinco minutos mais curto, a poupança anual seria de quase 2,2 biliões de metros cúbicos.

De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)10% a 30% das emissões globais de gases com efeito de estufa estão ligadas ao que fazemos na nossa vida quotidiana. O valor varia de acordo com o nível de desenvolvimento do país. Portanto, se todos, todos, assumirem a responsabilidade de fazer diariamente o que podem para reduzir o impacto das alterações climáticas — reduzindo o consumo de água, não comprando produtos desnecessários, evitando o desperdício alimentar, comendo menos carne, trocando os carros pelas bicicletas, evitando viagens de avião, entre outras coisas — talvez seja possível começar a ver alguma melhoria na situação na Terra.

Infelizmente, os nossos esforços individuais não serão suficientes. Por que? Porque grande parte das decisões sobre as questões que levam às mudanças climáticas estão nas mãos dos governos, das empresas e do agronegócio. Isso não significa que não faça sentido fazer nada. Nós, cidadãos comuns, temos o poder e a obrigação de, além de fazermos a nossa parte, exigirmos que os responsáveis ​​façam a sua.

Se soubermos que uma empresa não segue as normas necessárias para mitigar as alterações climáticas, emite muito CO2, polui a água, etc., podemos evitar dar-lhe dinheiro. Apenas não compre seus produtos e denuncie-os. Se um governante ignora ou incentiva o desmatamento de florestas, promove notícias falsas sobre mudanças climáticas e aprova aqueles que agem de forma irregular, temos o poder de não votar nele.

Muitas vezes é difícil saber o que realmente acontece, porque as cadeias de produção são complexas. Portanto, é necessária uma preocupação ativa com este tema fundamental: o fim do mundo. Um amigo tem um filho com uma doença rara. Impressiona o grau de conhecimento que ela tem sobre o problema e a forma como luta em todas as frentes para garantir o futuro do menino.

Da mesma forma, pais e mães, tios e avós em todo o mundo deveriam lutar com todas as suas forças para que os seus descendentes tenham um futuro melhor do que aquele que imaginamos. Sei que a vida é difícil e que temos outras preocupações acumuladas à ideia de que o nosso mundo caminha para o fim. De qualquer forma, podemos sempre tentar fazer o melhor que pudermos.

Como a alimentação também é importante nesse processo, já que a pecuária é responsável por 15% das emissões de gases de efeito estufa, aqui vai uma receita deliciosa do perfil @fitgreenmind Para reduzir o consumo de carne:

Almôndegas de tofu com molho barbecue

– 250 gramas de tofu

– 1 cebola roxa pequena picada

– 5 cm de gengibre picado

– 1 punhado de salsa picada

– 1 punhado de hortelã picada

– 3 ou 4 colheres de farinha de trigo, aveia ou grão de bico

– Sal e pimenta a gosto

Quebre o tofu em pequenos pedaços com a mão ou com um garfo e misture com os demais ingredientes até formar uma massa compacta. Forme bolinhas com as almôndegas e frite em um pouco de azeite até ficarem crocantes por todos os lados. Em seguida, leve ao forno a 200 graus por 15 minutos.

Molho de churrasco

– 2 colheres de sopa de pasta de tomate

– 2 colheres de sopa de molho de soja

– 2 colheres de sopa de mel de tâmaras, xarope ou mel

– 1 colher de sopa de ketchup

– 1/2 colher de chá de fumaça em pó ou líquida (em lojas de especiarias ou produtos árabes)

– Um pouco de água

Misture tudo numa frigideira (pode usar a que usou para fritar as almôndegas) e deixe reduzir e engrossar um pouco. Sirva sobre as almôndegas.

Ficam deliciosos acompanhados de batatas assadas ou fritas.

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