Artes, Ofícios e Polvo

No Minho, Luís Octávio Costa procurou compreender melhor Saber a Terra, nome do projeto que Sara Rodrigues e Rodrigo Camacho desenvolvem há dois anos — ou durante toda a vida — e que pretende “documentar, aprender e partilhar as artes e artesanato ancestral” em relação direta com os ecossistemas locais, conhecimento “profundo” da proveniência e utilidade de materiais como o vime, a lã, a madeira e a pedra, procurando desenvolver uma cultura produtiva, sustentável e resiliente. Isto porque, explicou Rodrigo Camacho, “nunca faltou criatividade ao homem ou a outras espécies. Hoje, no início do século XXI, falta uma ponte entre o que é possível fazer e o conhecimento das pessoas mais velhas que estão desaparecendo.” E o Saber a Terra surgiu para fazer essa ponte.

Num pequeno salto para norte, Alexandra Prado Coelho e Miguel Manso percorreu as províncias galegas de Ourense e Pontevedra compreender como o polvo se tornou tão simbólico, acompanhado de vinho local, pão (no caso do polpa na feira), ou batata, azeite e pimenta. E acabaram por mergulhar numa história que remonta à Idade Média e que os levou ao belo Mosteiro de Oseira, onde tudo começou.

Também foram feitas reinicializações A vida de Alessandra Montagne, cozinheiro com dois restaurantes em Paris (e um terceiro prestes a abrir no Louvre), que chega a Lisboa para comanda a cozinha do Cícero Bistrotem Campo de Ourique. Mas foi um longo caminho para chegar até aqui: cresceu numa fazenda sem luz, foi vítima de racismo e violência doméstica. Uma história imperdível contada por Alexandra Prado Coelho e Daniel Rocha.

Por fim, saiba que, apesar da ideia de Miguel Esteves Cardoso de que “só as castanhas assadas na rua servem”, o colunista diz que “há uma ilusão convincente para 2024”. Como? O segredo pode estar numa panela de pressão suíça.

Boa semana, boas escapadas!

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