O apresentador de rádio e comediante Charlamagne Tha God disse no domingo no programa “This Week” da ABC que a eleição presidencial de 2024 será entre Donald Trump, que ele disse ser um bandido, e o presidente Biden, que “não tem energia de personagem principal”. Charlamagne descreveu a disputa como sendo entre “os covardes” do Partido Democrata, “os bandidos” dos republicanos e “o sofá”, apontando para a apatia dos eleitores.
Ele disse que os democratas são covardes “porque não lutam com força suficiente em nada”. Entretanto, os republicanos são liderados por Trump, que Charlamagne descreveu como “uma ameaça à democracia”. Mas ele acha que “o sofá” pode realmente vencer a corrida.
Sobre a apatia dos eleitores, ele acrescentou: “E é isso que todos enfrentarão em 2024. E agora… agora, parece que o sofá vai vencer. Não sei quem se beneficia com a vitória do sofá… mas parece que o sofá vai ganhar.”
Charlamagne tem uma longa história de falar sobre política e é versado nos meandros da arena. Ele fez uma série de apresentações como convidado no “The Daily Show” e seu programa de rádio, “The Breakfast Club”, atrai milhões de ouvintes por dia. Seu público é diversificado e educado – exatamente o público que os democratas têm perseguido, como o co-apresentador Jonathan Karl apontou ironicamente.
“Meu público – sinto que meu público é a América”, explicou Charlamagne. “E quando estou fora de casa, você sabe, apenas andando na rua ou as pessoas ligando para a estação de rádio… ninguém se sente inspirado pelas próximas eleições.”
“Sabe, ninguém quer ver a revanche entre Biden e Trump, e é isso que me faz sentir que o sofá vai vencer. Esta é a primeira vez na minha vida que as pessoas dizem coisas como, você sabe, essa pessoa é uma ameaça à democracia. É absolutamente verdade”, acrescentou.
“E é incompreensível para mim levar isso tão a sério quanto acho que deveriam”, continuou ele. “Vimos uma tentativa de golpe neste país acontecer em 6 de janeiro, e todo mundo estava agindo como se fosse apenas um bando de pessoas enlouquecidas no feriado de primavera na Flórida. Como se estivéssemos literalmente observando pessoas tentando derrubar o governo porque não gostaram dos resultados de uma eleição – liderada por um ex-presidente. Se isso não causar um senso de urgência nas pessoas, não sei o que causará.”
Depois de Karl ter salientado que Biden fez frequentemente referência à insurreição de 6 de janeiro nos seus discursos para realçar o perigo que Trump representa para a América, Charlamagne disse claramente que a mensagem não chega aos eleitores porque “ele é apenas um candidato pouco inspirador”.
“Não há nada em Joe Biden que faça você querer ouvi-lo”, disse Charlamagne. “É por isso que ele deveria se apoiar em seu vice-presidente. Kamala Harris é muito mais carismática. Ele deveria se apoiar em outros substitutos como Gavin Newsom ou (Governador Josh) Shapiro na Pensilvânia.”
“Ele deveria se apoiar em pessoas que são mais inspiradoras que ele, que são mais carismáticas que ele. E ele deveria ser apenas, eu acho, se você quiser chamar assim, o cérebro da operação, nos bastidores. Parece loucura dizermos isso sobre o presidente dos Estados Unidos da América, mas ele não tem energia de personagem principal”, concluiu Charlamagne.
Depois que Karl perguntou sobre o feedback negativo que Charlamagne recebeu depois de criticar a administração Biden, o locutor de rádio respondeu sem rodeios: “Acho que isso é o mais estúpido de todos os tempos… Porque sinto que você deveria ser capaz de criticar quem quer que seja seu funcionário eleito, certo? E mesmo que eu os critique, estou criticando-os por causa do que vejo acontecer em novembro.”
“Entendo o que estamos enfrentando”, disse Charlamagne. “Então o que estou dizendo a eles é: onde está o senso de urgência? Você não pode continuar dizendo que há uma ameaça à democracia e à democracia como a conhecemos, que desaparecerá, mas não agir como tal. E o outro problema é que sempre fizeram isso com todos os candidatos republicanos. Desde que estou vivo. Quem quer que tenha sido o candidato presidencial republicano, eles demonizaram.”
Charlamagne recusou-se a apoiar qualquer um dos candidatos, mas deixou uma coisa clara: Donald Trump é “absolutamente uma ameaça” à democracia tal como a conhecemos. Mais tarde, ele acrescentou: “Então, tudo o que você precisa fazer neste momento, odeio dizer isso, mas por que continuamos tendo que dizer isso: escolha o seu veneno. Um veneno pode mandar você para o hospital por alguns dias. O outro certamente matará.”
Assista a entrevista completa com Charlamagne Tha God no vídeo acima.
