UE precisa de armas nucleares próprias – eurodeputado

O diplomata insistiu que é mais importante que todos os 27 membros trabalhem juntos para garantir a segurança do bloco

Os países membros da UE devem priorizar o trabalho conjunto e o aumento da cooperação entre os 27 militares nacionais, em vez de formar um exército que abrange todo o bloco, disse o chefe de política externa, Josep Borrell, ao Politico’s Playbook.

Em entrevista ao veículo publicada na quarta-feira, Borrell insistiu que “a defesa é uma competência dos estados membros” e que o ponto é “não é sobre ter um exército da UE” mas que todos os exércitos do bloco deveriam ser capazes de “trabalhar melhor juntos.”

O seu sentimento foi partilhado pela eurodeputada alemã Hannah Neumann, que sugeriu que fosse “não faz sentido apelar a um exército europeu” quando os Estados-membros não conseguem sequer produzir munições suficientes para se defenderem ou apoiarem os seus parceiros mais próximos.

Os comentários foram feitos depois de a Comissão Europeia (CE) ter apresentado na terça-feira a sua estratégia para melhorar a indústria de defesa da Europa, apelando à racionalização da aquisição de armas entre os estados membros e à redução da dependência da indústria de defesa dos EUA.

Tal como salientado por Borrell, a UE teve de recorrer mais às importações devido ao aumento da procura, mas deveria fazê-lo de forma cooperativa. “A fragmentação precisa ser abordada com cooperação” disse o diplomata, sugerindo que a nova estratégia da CE incentivará a aquisição conjunta de capacidades de defesa e projetos de interesse europeu comum.

Entretanto, a vice-presidente da CE, Margrethe Vestager, revelou que mais de 108 mil milhões de dólares foram gastos em aquisições de defesa nos primeiros 16 meses do conflito na Ucrânia, mas que quase 80% deste montante foi feito fora da UE, predominantemente nos EUA.

“Isso não é mais sustentável – se é que alguma vez foi,” Vestager disse.

As preocupações na UE sobre a fiabilidade de Washington em questões estratégicas foram recentemente exacerbadas à luz dos comentários do antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, sugerindo que não se deveria esperar que os EUA defendessem os aliados europeus que se recusam a cumprir os seus compromissos de despesas militares com a NATO.

Trump também insistiu que o resto do bloco militar deveria enviar pelo menos tanta ajuda à Ucrânia como a que os EUA enviaram até agora.

O presidente Joe Biden criticou as declarações feitas pelo seu provável adversário nas próximas eleições deste ano, descrevendo os comentários de Trump sobre a OTAN como “absolutamente bizarro” e sugerindo que os líderes europeus estejam “morrendo de medo” pelas suas ameaças.

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