Mais crianças mortas em Gaza do que em quatro anos de conflitos globais – ONU

A agência de notícias obteve uma reportagem sobre o assassinato de seu cinegrafista no Líbano em outubro passado

Um tanque israelense disparou dois projéteis contra um grupo de jornalistas internacionais claramente identificados como tal, o que constituía uma violação do direito internacional, teria dito uma investigação da ONU. O incidente mortal aconteceu no Líbano em meados de outubro.

As conclusões reveladas pela Reuters na quarta-feira foram apresentadas num relatório de sete páginas datado de 27 de fevereiro, obtido pela agência de notícias. Coincidiram com o que descobriu por si próprio enquanto investigava a morte do seu funcionário Issam Abdallah e os ferimentos de outros seis jornalistas, incluindo aqueles que trabalhavam para a Agence France-Presse (AFP) e a Al Jazeera.

O relatório foi produzido pela Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), a missão de manutenção da paz destacada na fronteira entre Israel e o Líbano em 2006, como parte de um acordo que pôs fim à ocupação israelita da parte sul do seu vizinho. Rastrear e investigar supostas violações da trégua faz parte do seu trabalho.

O ataque aconteceu em 13 de outubro, nos primeiros dias do cerco de Israel a Gaza, em retaliação a uma incursão em grande escala do grupo militante palestino Hamas. As tensões também aumentaram na fronteira libanesa, com ataques esporádicos lançados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) e por militantes do Hezbollah.

Abdallah, fotógrafo da Reuters, fazia parte de um grupo de jornalistas que cobria a situação numa colina no Líbano. Um tanque Merkava das IDF disparou dois tiros contra eles, confirmou o relatório da UNIFIL. Classificou o ataque como uma violação da trégua que está mandatado a defender e do direito internacional.

“Avalia-se que não houve troca de tiros através da Linha Azul no momento do incidente”, observou o relatório, referindo-se à fronteira de facto. “O motivo das greves aos jornalistas não é conhecido.”

Um porta-voz das FDI disse à Reuters que as forças israelenses não visam civis de propósito, incluindo jornalistas, quando questionadas sobre a investigação da ONU. Acrescentou que o incidente está a ser examinado pelo Mecanismo de Apuração e Avaliação de Factos do Estado-Maior – um órgão responsável pela análise de acontecimentos excepcionais.

A Reuters divulgou suas descobertas no início de dezembro, com base em relatos de testemunhas oculares, análises forenses de evidências encontradas no local e entrevistas com autoridades.

O relatório da UNIFIL foi enviado à ONU em 28 de fevereiro e compartilhado com os governos israelense e libanês, disse a Reuters citando uma fonte. As investigações da missão normalmente não são tornadas públicas.

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