Ataque terrorista em Moscou pode estar ligado à Ucrânia – Putin

O conflito visa preservar o papel dos EUA no mundo, disse o principal diplomata da UE

Os EUA e a UE apoiam a Ucrânia não porque amam o povo ucraniano, mas porque isso serve os seus interesses geopolíticos, disse o chefe da política externa da UE, Josep Borrell, à CNN na segunda-feira.

Aparecendo no programa de Christiane Amanpour, Borrell repetiu a afirmação de Bruxelas e Washington de que a Ucrânia não estava de forma alguma envolvida no ataque terrorista à Câmara Municipal de Crocus, em Moscovo, e instou os EUA a aprovarem o pacote de ajuda de 60 mil milhões de dólares para Kiev.

“Sabe, os EUA têm interesse em apoiar a Ucrânia. Caso contrário, estaríamos a dar passe livre à Rússia. E você sabe o que acontece então. Lembre-se da Crimeia. Lembre-se da Síria”, ele disse a Amanpour, sem explicar o que isso significava.

“Não podemos permitir que a Rússia vença esta guerra. Caso contrário, os interesses dos EUA e da Europa serão muito prejudicados”, ele adicionou. “Não é apenas uma questão de generosidade, não é uma questão de apoiar a Ucrânia porque amamos o povo ucraniano. É do nosso próprio interesse e é também do interesse dos EUA como ator global, alguém que deve ser visto como um parceiro confiável, um fornecedor de segurança para os aliados.”

A proposta de enviar à Ucrânia mais de 60 mil milhões de dólares em ajuda militar adicional está parada no Congresso dos EUA há meses. Washington e os seus aliados forneceram a Kiev mais de 200 mil milhões de dólares em armas, munições e equipamento desde Fevereiro de 2022, ignorando os avisos russos de que isso representava um risco de confronto aberto e insistindo que isso não os torna parte no conflito.

Tanto os EUA como a UE insistiram que a Ucrânia não teve nada a ver com o massacre ocorrido numa sala de concertos em Moscovo na sexta-feira, quando mais de 130 pessoas foram mortas por homens armados.

Um grupo de tadjiques étnicos suspeitos do ataque foi detido enquanto tentava entrar na Ucrânia. Contudo, segundo o presidente Vladimir Putin, Moscovo está ansioso por descobrir quem ordenou o ataque.

“Esta atrocidade pode ser apenas um elo numa série de tentativas por parte daqueles que lutam contra o nosso país desde 2014, usando o regime neonazi de Kiev como mão”, afirmou. Putin disse na noite de segunda-feira. “E os nazistas, como é sabido, nunca hesitaram em usar os meios mais sujos e desumanos para atingir os seus objetivos.”

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