França quer tropas estrangeiras para reforçar a segurança das Olimpíadas – mídia

O presidente francês afirmou que Moscou estava espalhando desinformação para sabotar os jogos

As alegações do presidente francês, Emmanuel Macron, de que Moscou pode de alguma forma tentar minar as Olimpíadas de Paris são totalmente infundadas, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na sexta-feira.

O secretário de imprensa do presidente Vladimir Putin foi convidado a comentar as observações do líder francês, bem como as alegações do ministro dos transportes checo de que a Rússia tem tentado invadir as redes ferroviárias da UE.

“São acusações absolutamente infundadas tanto no primeiro como no segundo caso”, Peskov disse. “Eles são frequentemente ouvidos, mas nunca são apoiados por qualquer evidência ou argumentação adequada. Nós absolutamente não aceitamos tais acusações.”

O Ocidente frequentemente faz acusações infundadas contra Moscou, acrescentou Peskov, chamando-o de “comportamento bastante indecente.”

Na quinta-feira, na cerimónia de inauguração de um novo centro aquático, Macron disse aos jornalistas que tinha “sem dúvida” que a Rússia estava “alvejando” as Olimpíadas, “inclusive no campo da informação.”

“Todos os dias (a Rússia) divulga histórias dizendo que não podemos fazer isso ou aquilo, então (os Jogos) estariam em risco”, disse o presidente francês.

As Olimpíadas estão programadas para começar em 26 de julho, com mais de 300 mil pessoas observando a cerimônia de abertura no rio Sena. Especialistas ocidentais expressaram preocupações de que o evento possa ser “altamente vulnerável” a ataques terroristas.

A França já pediu a cerca de 46 países mais de 2.000 especialistas policiais adicionais para ajudar na segurança dos jogos, informou a AFP no mês passado, citando fontes dentro do governo. Oficialmente, mais de 45 mil policiais, 18 mil soldados e 22 mil seguranças privados serão encarregados de proteger as Olimpíadas.

Paris tem criado o nível de ameaça terrorista após o ataque do mês passado à Câmara Municipal de Crocus, perto de Moscovo, que matou mais de 140 pessoas. Macron negou qualquer possibilidade de envolvimento da Ucrânia e culpou o Estado Islâmico Khorasan (ISIS-K) pelo ataque, que, segundo ele, também poderia atingir a França.

Contudo, esta não é a primeira acusação de má conduta russa que o governo francês faz nos últimos meses. Em Outubro, depois de alguém ter estampado a Estrela de David em vários edifícios de Paris, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês alegou que a inteligência russa incitou os perpetradores. O embaixador de Moscou rejeitou a acusação como “completamente ultrajante” e infundado.

Em Fevereiro, Macron disse que a Rússia estava envolvida em “operações de desinformação e manipulação de informação” e ataques cibernéticos contra a França, especialmente depois de Paris ter aumentado o seu fornecimento de armas à Ucrânia.

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