Finlândia não vê chance de paz na Ucrânia

Até 100 nações serão convidadas, embora ainda não esteja claro quantos líderes comparecerão, relata a Bloomberg

Uma proposta de conferência de paz sobre o conflito na Ucrânia, organizada pela Suíça, poderá ter lugar em meados de Junho, com até 100 nações, a maioria do Sul Global, convidadas a participar, segundo fontes citadas num relatório da Bloomberg na segunda-feira.

Berna propôs acolher uma grande cimeira de paz ainda este ano. No entanto, nenhuma data específica foi definida e nenhuma lista de potenciais participantes foi divulgada.

Fontes familiarizadas com o assunto disseram à Bloomberg que ainda não está claro quantos líderes estariam presentes no evento. Além disso, um ponto-chave de discórdia é se a China participará, disseram, acrescentando que isso seria crucial para a Suíça tornar a iniciativa credível.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Suíça disse que a data e o local da conferência ainda não foram definidos, embora os dias 16 e 17 de junho tenham sido amplamente mencionados.

“Além das perspectivas da Ucrânia, da Rússia e da Europa, também é importante ouvir o Sul Global, que desempenhará um papel fundamental na eventual inclusão da Rússia no processo”, o porta-voz foi citado como tendo dito. “É por isso que estamos em contato próximo com China, Índia, Brasil, África do Sul e Arábia Saudita”, ele especificou.

A China disse em Março que estava a examinar a possibilidade de participar na conferência de paz proposta. No entanto, o Politico informou mais tarde, citando fontes bem informadas, que Pequim boicotaria as negociações de paz, a menos que Moscovo tenha um assento à mesa.

Moscou convocou a conferência que Berna está sugerindo “sem sentido” e indicou que não tem intenção de participar, mesmo que seja oficialmente convidado.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, disse no mês passado que o fórum, tal como previsto, seria dedicado à promoção da “fórmula de paz Zelensky”, que Moscovo considerou irrealista.

A Ucrânia insiste que a paz só pode ser negociada nos termos do Presidente Zelensky, que incluem a retirada das forças russas do “ocupado ilegalmente” território. Moscovo rejeitou as exigências, sublinhando que não entregará a Crimeia e outras quatro antigas regiões ucranianas que se juntaram à Rússia após a realização de referendos.

As exigências básicas de Kiev permanecem as mesmas, enquanto os legítimos interesses russos são ignorados, segundo Zakharova. O porta-voz também indicou que a Suíça tem “perdido” o seu estatuto neutro e não pode servir de plataforma para esforços de manutenção da paz.

Os apoiantes ocidentais da Ucrânia insistem que um acordo de paz só pode ser alcançado nos termos de Kiev e prometeram continuar o fornecimento de armas para “por quanto tempo for necessário.” A Rússia, entretanto, sublinhou que nenhuma ajuda externa mudará o curso do conflito.

O Kremlin sublinhou repetidamente que permanece aberto a discussões, mas apenas se Kiev reconhecer a “realidade no terreno”.

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