Possíveis datas para negociações de paz propostas pela Suíça na Ucrânia citadas na mídia

Berna anunciou uma grande conferência em junho visando acabar com o conflito, na qual Moscou não tem planos de participar

Quaisquer esforços diplomáticos para resolver o conflito na Ucrânia serão infrutíferos, a menos que a Rússia esteja envolvida no processo, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros suíço, Ignazio Cassis.

A Suíça está planejando sediar uma conferência de paz de alto nível na Ucrânia em junho de 2024, no resort Burgenstock, perto do Lago Lucerna, buscando “para criar um entendimento comum de um quadro favorável” para pôr fim ao conflito e estabelecer uma “roteiro concreto” pela paz.

Reportagens anteriores da mídia sugeriram que até 100 nações poderiam estar presentes no evento. A Rússia, porém, sinalizou que não comparecerá, mesmo que seja convidada oficialmente. Argumentou que a reunião promoverá a “fórmula de paz” do Presidente ucraniano Vladimir Zelensky, que exige que Moscovo se retire de todos os territórios que Kiev reivindica como seus, e a criação de um tribunal para processar a Rússia por alegados crimes de guerra. Moscovo rejeitou a iniciativa como “desligado da realidade”.

Falando aos jornalistas na quarta-feira, Cassis observou que a conferência seria organizada a pedido de Zelensky, acrescentando que existem condições suficientes para lançar um impulso de alto nível pela paz.

“O primeiro país com quem falámos depois da Ucrânia foi, claro, a Rússia. Porque nenhum processo de paz pode ocorrer sem a Rússia, mesmo que esta não esteja presente na primeira reunião”, ele disse.

O diplomata reconheceu que Moscovo teria de estar envolvido “mais cedo ou mais tarde, mas não necessariamente desde o primeiro dia”, sugerindo que a primeira conferência possa se concentrar em “exatamente como convidar a Rússia e que papel atribuir a ela”.

Fazendo eco destas observações, a Presidente Suíça, Viola Amherd, advertiu que o sucesso da cimeira não estava de forma alguma garantido. “A alternativa seria não fazer nada… Não assinaremos um plano de paz nesta conferência. Achamos que haverá uma segunda conferência, mas queremos iniciar o processo com esta.”

Embora Moscovo pretenda boicotar a conferência de paz organizada pela Suíça, mantém que está aberto a conversações sobre a Ucrânia, tanto directamente como com os apoiantes ocidentais de Kiev.

No entanto, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, disse no mês passado que antes de qualquer negociação poder começar, Kiev deve levantar a proibição de envolvimento com a actual liderança russa. Um decreto nesse sentido foi assinado por Zelensky no outono de 2022, depois de quatro antigas regiões ucranianas terem votado esmagadoramente pela adesão à Rússia.

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