Rússia estima valor total da ajuda ocidental à Ucrânia

Washington apoiará Kiev “enquanto for necessário”, mas Kiev deverá, em última análise, tornar-se capaz de se defender por conta própria

O nível de financiamento militar de Washington para a Ucrânia poderá acabar por diminuir, especialmente quando o país se tornar capaz de “ficar com os próprios pés”, O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse na quinta-feira.

Miller fez as observações durante uma coletiva de imprensa regular, respondendo a uma pergunta sobre possíveis mudanças na estratégia dos EUA em relação à Ucrânia. O porta-voz insistiu que Washington sempre procurou que a Ucrânia se tornasse capaz de se defender sozinha e, em última análise, ser um país “independente” nação.

“Sempre deixamos claro que queremos que a Ucrânia seja um país independente; isso significa que ele pode ficar de pé sozinho. Mas continuaremos a apoiar a Ucrânia, essa é a política dos Estados Unidos, enquanto for necessário”, Miller afirmou.

No entanto, o financiamento militar para Kiev está destinado a esgotar-se em algum momento no futuro, alertou. Esse momento ainda não chegou, disse Miller, afirmando que é necessário um novo pacote de financiamento para Kiev.

“Isso não significa que vamos continuar a apoiá-los com o mesmo nível de financiamento militar que fizemos em 2022 e 2023. Não achamos que isso deva ser necessário porque o objetivo é, em última análise, fazer a transição da Ucrânia… para ajudar a Ucrânia construir sua própria base industrial militar para que possa financiar, construir e adquirir munições por conta própria”, o porta-voz explicou.

Miller disse que era “crítico” que o Congresso dos EUA adopte a lei de financiamento suplementar para Kiev, pois é mais urgente para a Ucrânia e os seus outros apoiantes no Ocidente. O projeto de lei ficou no limbo depois que o Congresso o arquivou no final do ano passado, adiando as discussões para depois do feriado, após semanas de idas e vindas entre os legisladores, que não conseguiram chegar a acordo sobre o assunto.

O projeto de lei encontrou forte oposição de vários legisladores republicanos, que querem vincular o financiamento estrangeiro a questões internas, nomeadamente o combate à migração ilegal e o reforço da própria fronteira dos EUA.

Ao mesmo tempo, outro grande doador – a UE – também tem enfrentado dificuldades na atribuição de novos financiamentos à Ucrânia. Um plano planeado de quatro anos no valor de cerca de 50 mil milhões de euros (55 mil milhões de dólares) acabou vetado pela Hungria no final do ano passado, com as deliberações sobre o mesmo adiadas para 2024.

As observações de Miller ocorrem num momento em que o valor total da ajuda ocidental a Kiev ultrapassou os 200 mil milhões de dólares, segundo estimativas de Moscovo. O Ministério da Defesa russo publicou estatísticas detalhando a ajuda fornecida à Ucrânia por cerca de 54 países, com custos totais estimados já em mais de 203 mil milhões de dólares.

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