É obrigatório que Tadej Pogacar vá para o trigêmeo nos Grand Tours

Tadej Pogacar fechado em Romanum merecido banho de emoções na cidade eterna, o seu triunfo no Giro d’Italia 2024. Ou Giro de Pogacar, como parecia vir. Mas foi ainda melhor. Ele raspou desde o início (embora Jhonatan Narváez quisesse ser uma voz discordante) Finalmente, a sua ambição fez mais do que apenas vencer. Ela o fez transcender. Seus cumprimentos com um leque, a mamadeira para uma criança. Tadej queria entrar para a história. E ela é a única que pode julgá-lo.

Pogacar viajou para o Giro com um grande desafio, o de buscar a dobradinha. A primeira pedra foi lançada em Roma, mas também se abre outro horizonte. E se ele optar pelos três? Há motivos para entusiasmo. Parece ter um ritmo diferente. E, claro, Jonas Vingegaard ou Remco Evenepoel estão na grelha de partida do Tour de France, mas Pogacar chegará com argumentos óbvios debaixo do braço como principal favorito.

Um monstro veio nos ver

Tadej Pogacar venceu seis sets. Seis. É o recorde de um velocista, dos tempos de Alessandro Petacchi ou Mario Cipollini. Ele honrou o Giro quando acreditaram que ele iria matá-lo. Ele tornou tudo divertido. Um ataque antes de uma corrida. Outro de longe do Monte Grappa. Chegou a lançar, sem sucesso, Molano no final do festival de Roma. O monstro veio nos ver.

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Está em condições de enfrentar, pela primeira vez nos últimos tempos, aquele trio de Grand Tours com todas as garantias. Seus números são incríveis (no Monte Grappa ele registrou 5,7 quilômetros de ataque, 450 watts médios e picos de 900), sua ambição ilimitada e infunde em seus rivais um medo que pode gerar cenários de corrida para condicionar as corridas. Tanto que pude sonhar com as três rainhas de três semanas. Esperançosamente.

Pelayo, por MVP

Pogácar devastado... e a Espanha está comemorando depois do Giro. Pelayo Sánchez cresceu entre os melhores. O asturiano chegou à Movistar vindo de Burgos-BH para dar pernas frescas, coragem e versatilidade. No Giro ele somou tudo mais um talento para elevá-lo a um projeto de piloto gigante. É habilidoso em subidas, em estradas de terra e capaz de ajudar nas subidas (embora não tenha igualado a forma de Einer Rubio e Nairo Quintana).

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E confirma que a Espanha é e nunca deixou de ser uma potência ciclística. Carlos Rodríguez venceu na Romandía, Juan Ayuso venceu em Itzulia. Pelayo teve um desempenho maravilhoso no Giro. São corredores com perfil diferenciado, três tipos de ciclista. E todos os três funcionam. A Espanha está sempre lá, Só precisamos acreditar tanto quanto eles merecem.

Qual velocista você escolhe?

Tim Merlier venceu em Roma e assinou um trigêmeo de vitórias em chegadas massivas. O mesmo que Jonathan Milan. Um dos melhores duelos (e um dos poucos) do Giro d’Italia entre dois ciclistas que são, ao mesmo tempo, dois dos três melhores velocistas do mundo. O outro é Jasper Philipsen.

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Milão é brutal. Desajeitado. Parece ‘carregar’ a caixa quando você empurra. E ele venceu todos os tipos de finais. Custou mais a Merlier. Ele tem menos poder, mas sabe voltar e se posicionar. Empataram nas parciais e abriram, com a permissão de Philipsen, a batalha para ser o melhor veloz.

E foi assim que queriam ganhar o Giro?

O negativo. O pódio, de Daniel Felipe Martínez e Geraint Thomas, e o top-10 mostraram que não mereciam. Simplórios, pouco ambiciosos e focados em ficar com as migalhas que Pogacar lhes deu. Assim não vai a lado nenhum e ainda mais quando Visma mostrou, em dois Tours de France consecutivos, que o esloveno pode cair nos testes.

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Pogacar mostrou, ainda mais, que andar de bicicleta é coisa de poucos. E se os outros não derem algo mais, nunca estarão em condições de preocupá-los. O esloveno foi o rei e o seu Giro entra no património histórico do ciclismo. A história irá medi-lo.



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