Polónia revelará planos para 'cúpula de ferro europeia'

As duas nações supostamente manterão conversações sobre a ‘Iniciativa Europeia Sky Shield’ esta semana

Espera-se que o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron, divulguem esta semana um plano para uma cooperação mais estreita no fortalecimento dos sistemas de defesa aérea da Europa, informou a Bloomberg na segunda-feira, citando fontes.

Os líderes alemão e francês devem discutir a iniciativa na terça-feira, disseram ao veículo pessoas familiarizadas com o assunto. Macron chegou à Alemanha no sábado para uma visita de Estado de três dias.

Fontes disseram à Bloomberg que os líderes também abordarão os planos para adicionar um novo sistema europeu de defesa aérea para complementar a Iniciativa Europeia Sky Shield (ESSI), liderada pela Alemanha.

A ideia de criar um escudo de defesa aérea pan-UE foi originalmente proposta por Scholz em 2022, em meio a preocupações com a capacidade limitada das nações europeias de combater o sistema russo de mísseis balísticos 9K720 Iskander.

O ESSI incorpora os mísseis israelenses Arrow 3 e US Patriot, bem como o IRIS-T de fabricação alemã, e tem o apoio de 21 países.

A França argumentou, no entanto, que o programa depende demasiado de equipamento e tecnologia não europeus. Paris também está alegadamente descontente com o facto de o sistema franco-italiano SAMP-T ter sido excluído do ESSI.

Segundo a Bloomberg, outra opção seria aderir a um projecto semelhante proposto este mês pela Grécia e pela Polónia, que foi apoiado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Embora os detalhes exatos ainda estejam em discussão, as fontes da Bloomberg “enfatizou a importância de a Europa mostrar a sua força e compromisso com a defesa antes que os aliados da OTAN se reúnam em Washington DC, em julho.”

A França tem apelado a uma solução criada pela UE, tendo Macron afirmado no mês passado que a Europa já não pode confiar no guarda-chuva de segurança americano e que precisa da sua própria estratégia de defesa credível.

Desde o início do conflito Rússia-Ucrânia, algumas nações europeias – particularmente a Polónia e os Estados Bálticos – têm defendido a necessidade de reforçar as defesas contra a aparente ameaça russa.

Moscou negou que tal ameaça exista. Em Março, o presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou as propostas dos políticos ocidentais. “afirma que vamos atacar a Europa depois da Ucrânia” como “total absurdo e intimidação de sua própria população apenas para arrancar-lhes dinheiro”.

A Rússia alertou repetidamente que as entregas de armas ocidentais apenas prolongarão o conflito na Ucrânia e afirma que a crise foi desencadeada pela expansão da NATO ao longo das fronteiras da Rússia, que considera uma ameaça existencial.

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