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O primeiro-ministro da Dinamarca diz que Bruxelas deveria impor um limite de idade de 15 anos ou mais para proteger as crianças de conteúdos adversos e do vício em telas

Apenas as crianças com mais de 15 anos deveriam poder registar-se em plataformas de redes sociais na União Europeia, sugeriu a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen.

A medida ajudaria a proteger as crianças de conteúdos impróprios e dos efeitos negativos do vício em ecrãs, escreveu Frederiksen no domingo num artigo para o jornal dinamarquês Politiken, de autoria dela com a legisladora da UE, Christel Schaldemose.

Gigantes das mídias sociais como Facebook, Instagram, Twitter e TikTok exigem que os usuários tenham pelo menos 13 anos para se inscrever. O requisito de limite de idade imposto por essas empresas decorre da legislação dos EUA que remonta a 1998 e proíbe a recolha de dados pessoais de crianças sem o consentimento dos pais.

Frederiksen argumentou que os jovens de 13 anos são demasiado jovens para criar perfis nas redes sociais, sublinhando que os riscos que as crianças enfrentam nessas redes são demasiado grandes. Ela destacou que a restrição de idade deve vir acompanhada de ferramentas de verificação eficazes, acrescentando que os gigantes da tecnologia atualmente não assumem a responsabilidade por isso.

A primeira-ministra dinamarquesa e o seu coautor observaram que o pacote da Lei dos Serviços Digitais (DSA), um guia de moderação de conteúdos adotado pelos estados-membros da UE há dois anos, provou ser insuficiente na regulamentação das plataformas de redes sociais. Eles instaram as autoridades do bloco a endurecer a legislação atual, tendo apelado à proibição de designs viciantes e à publicidade dirigida a menores, bem como a uma notificação obrigatória informando aos utilizadores quanto tempo passam online.

A proposta surge um mês depois de um painel de especialistas encomendado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, ter proposto proibir o uso de aplicações de redes sociais por qualquer pessoa com menos de 15 anos, afirmando que os menores com mais de 15 anos só deveriam ter acesso a plataformas que tenham sido consideradas “ético.” O grupo de especialistas, liderado pelo neurologista Servane Mouton e pela professora de psiquiatria Amine Benyamina, também propôs tomar as medidas necessárias para reforçar as regras para as empresas de tecnologia.

O relatório apresentado pelos especialistas constatou que o tempo excessivo de tela prejudica substancialmente a saúde das crianças, impactando o sono, causando obesidade infantil e aumentando os riscos de ansiedade e depressão.

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