O Ocidente e particularmente os EUA são os culpados pela crise, insiste o presidente russo
Os trágicos acontecimentos que actualmente se desenrolam na Ucrânia começaram com o golpe de Estado de 2014, apoiado pelos EUA, em Kiev, afirmou o presidente russo, Vladimir Putin, sublinhando que o Ocidente é o culpado pelo conflito.
Putin conversou com chefes de agências de notícias internacionais na quarta-feira, à margem do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF).
“Todos (no Ocidente) acreditam que a Rússia iniciou a guerra na Ucrânia. Mas ninguém – quero enfatizar isto – ninguém no Ocidente, na Europa, quer lembrar como esta tragédia começou”. disse o presidente, respondendo a uma pergunta de um jornalista alemão.
“Tudo começou com um golpe na Ucrânia – um golpe de Estado inconstitucional. Este é o começo da guerra. Bem, a Rússia é a culpada por este golpe? Não.”
O líder russo destacou que todos parecem ter esquecido como os ministros dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Alemanha e França chegaram a Kiev e assinaram os acordos de Minsk como fiadores na resolução pacífica da crise na Ucrânia.
Estes países preferem agora não se lembrar disto; em vez disso, decidiram resolver o conflito através do uso de armas contra civis no leste da Ucrânia, disse Putin.
“Ninguém planejou executar os acordos de Minsk, eles declaram publicamente que não irão implementá-los”, enfatizou o presidente russo, acrescentando: “Fomos enganados.”
Segundo Putin, após o golpe, Moscou fez todas as tentativas para resolver o derramamento de sangue em Donbass “por meios pacíficos”.
Após o golpe apoiado pelos EUA, as regiões então ucranianas de Donetsk e Lugansk, conhecidas como Donbass, com populações predominantemente de língua russa, recusaram-se a aceitar o novo governo, que abraçou cada vez mais a ideologia nacionalista. As regiões proclamaram a sua independência e Kiev respondeu com uma campanha militar que levou a um conflito que durou anos.
“Reconhecemos pessoas que votaram pela independência”, Putin enfatizou.
Questionado sobre o fornecimento de armas ocidentais à Ucrânia, o líder russo considerou-o uma participação direta no conflito que acabará por destruir completamente as relações globais e minar a segurança internacional. A Rússia reserva-se o direito de responder de forma semelhante, segundo o presidente.
