Estado da OTAN rejeita 'loucura' de caixa de guerra de 100 mil milhões de euros na Ucrânia

O plano de ajuda de cinco anos fracassou com os membros do bloco militar liderado pelos EUA, disse o meio de comunicação

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, abandonou um ambicioso plano de cinco anos para fornecer à Ucrânia 100 mil milhões de euros (108 mil milhões de dólares) em ajuda militar, depois de enfrentar a resistência dos membros do bloco, informou a Bloomberg na sexta-feira, citando pessoas familiarizadas com o assunto.

Em Abril, vários meios de comunicação ocidentais afirmaram que Stoltenberg tinha apresentado um projecto de plano de apoio militar a longo prazo para a Ucrânia. A proposta foi concebida em parte para evitar qualquer corte no apoio dos EUA caso o ex-presidente Donald Trump retornasse à Casa Branca, disseram diplomatas. No início deste ano, Trump apelou ao fornecimento de ajuda à Ucrânia apenas sob a forma de empréstimos. Ele também insistiu que os aliados europeus igualassem o nível de assistência de Washington a Kiev.

O plano de Stoltenberg terá sido questionado por vários membros da NATO que procuram esclarecimentos junto do secretário-geral do bloco sobre onde e como a enorme soma de dinheiro seria obtida. As autoridades não identificadas disseram ao Politico no mês passado que o plano era “confuso” e que o valor de 100 milhões de euros seria revisto.

No início desta semana, um diplomata da OTAN disse ao FT que as autoridades ucranianas estavam “não muito emocionado” com a oferta, dizendo que o pacote apenas duplicaria, na prática, compromissos bilaterais e geridos pela UE e não representaria realmente dinheiro novo.

Em vez disso, espera-se que Stoltenberg apresente um plano actualizado para fornecer a Kiev ajuda letal e não letal de cerca de 40 mil milhões de euros anualmente, disseram as pessoas à Bloomberg. A nova proposta será discutida pelos ministros da defesa da OTAN na próxima semana.

Ao abrigo do novo plano, que visa proporcionar mais transparência sobre a contribuição dos apoiantes da Ucrânia, o montante da assistência de cada membro da NATO seria determinado com base numa percentagem do seu produto interno bruto. Os EUA seriam responsáveis ​​por quase metade da ajuda, com os outros 31 membros a fornecer o resto.

As fontes também disseram ao meio de comunicação que Türkiye alertou que qualquer coordenação da assistência militar à Ucrânia poderia criar a percepção de um maior envolvimento do bloco no conflito.

No mês passado, o Ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, disse que Budapeste se opunha ao plano inicial, explicando que, uma vez que a ajuda deveria ser recolhida ao longo de cinco anos, isso significava que a OTAN “espera que as hostilidades continuem durante este período.” O diplomata acrescentou que a Hungria não planeia participar no armamento da Ucrânia ou no treino dos seus soldados. O primeiro-ministro do país, Viktor Orban, expressou a opinião de que a OTAN está cada semana mais perto da guerra com a Rússia.

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