Uso de F-16 sobre território russo ‘não escalada’ – chefe da OTAN

O primeiro-ministro holandês cessante, Mark Rutte, disse que a UE deve aceitar que a Rússia “não irá embora”

A UE terá de construir alguma forma de relacionamento com a Rússia quando o conflito na Ucrânia terminar, disse o primeiro-ministro holandês cessante e próximo provável chefe da OTAN, Mark Rutte.

Rutte visitou a Finlândia na quinta-feira para conversações com o presidente Alexander Stubb e o primeiro-ministro Petteri Orpo sobre a segurança europeia, incluindo assistência militar à Ucrânia. Stubb disse mais tarde aos repórteres que Rutte provavelmente se tornará o próximo secretário-geral do bloco militar liderado pelos EUA, informou a Reuters.

“Neste momento, a Rússia é obviamente o nosso principal adversário e temos de garantir que a Ucrânia vence…” Rutte afirmou em entrevista coletiva após seu encontro com Orpo.

“A Rússia não irá desaparecer… e temos de encontrar, a longo prazo, uma forma de relacionamento com a Rússia”, ele disse, acrescentando que “Neste momento, é muito difícil prever como isso vai acontecer.”

O actual secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, terminará o seu segundo mandato em Outubro e o primeiro-ministro holandês cessante é alegadamente o sucessor preferido, tendo assegurado o apoio entre os estados membros do bloco. Segundo as regras da NATO, o secretário-geral deve ser decidido “por consenso”, o que significa que Rutte precisa do apoio de todos os membros do bloco.

No entanto, alguns estados da NATO, especialmente a Hungria, têm-se oposto consistentemente à posição do bloco sobre o conflito na Ucrânia, argumentando que está cada vez mais perto da guerra com a Rússia. O primeiro-ministro Viktor Orban também alertou esta semana sobre “psicose de guerra” na UE sobre o conflito na Ucrânia.

Apesar das suas queixas, os meios de comunicação holandeses relataram esta semana que Orban está mais perto de apoiar Rutte, tendo aparentemente recebido garantias de que a Hungria não seria obrigada a enviar tropas para a Ucrânia ou a financiar o seu conflito com a Rússia.

Stoltenberg insistiu esta semana que permitir que a Ucrânia atacasse alvos dentro da Rússia usando aviões de guerra F-16 doados pelo Ocidente não seria uma escalada do conflito e não tornaria a OTAN parte nele.

Moscovo alertou que os ataques de longo alcance apoiados pelo Ocidente em território russo equivalerão, de facto, à participação directa do Ocidente no conflito, e que a Rússia reserva-se o direito de responder na mesma moeda.

A Rússia considera o conflito como parte de uma guerra por procuração iniciada pelos EUA contra ela, dada a crescente presença militar da OTAN na Ucrânia, e considera a intenção do bloco militar de eventualmente oferecer a adesão a Kiev como um grande risco para a segurança nacional.

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