Biden e Zelensky assinam acordo de segurança “histórico” de 10 anos

Joe Biden e Volodymyr Zelensky assinaram um acordo histórico de segurança de 10 anos entre os EUA e a Ucrânia.

Savelletri, Itália:

Os presidentes Joe Biden e Volodymyr Zelensky assinaram um acordo de segurança histórico de 10 anos entre Washington e Kiev na quinta-feira, no que o líder ucraniano classificou como um dia histórico na luta contra a invasão russa.

O acordo permitirá que os Estados Unidos forneçam à Ucrânia uma série de ajuda militar e treino durante a próxima década, enquanto Zelensky disse que funcionaria como uma ponte para o seu país finalmente conquistar a valiosa adesão à aliança da NATO.

Assinado pouco depois de uma cimeira do G7 ter chegado a acordo sobre um acordo separado para emprestar à Ucrânia 50 mil milhões de dólares com base em fundos russos congelados, surge num momento em que a Casa Branca tenta garantir o apoio a Kiev, com uma batalha eleitoral com Donald Trump iminente.

“Hoje é um dia verdadeiramente histórico”, disse Zelensky numa conferência de imprensa conjunta com Biden depois de terem assinado o acordo de segurança num resort de luxo perto do local da cimeira do G7, no sul de Itália.

Biden disse que eles deram “passos importantes no G7 que mostram coletivamente (ao presidente russo Vladimir) Putin que ele não pode esperar por nós”.

O acordo diz que os Estados Unidos e a Ucrânia devem consultar-se dentro de 24 horas “aos mais altos níveis” após qualquer futuro ataque armado da Rússia.

Compromete-se também a reforçar as forças armadas da Ucrânia, a cooperar na formação e a trabalhar para desenvolver a indústria de armamento nacional da Ucrânia.

“O nosso acordo de segurança é uma ponte para a adesão da Ucrânia à NATO”, disse Zelensky na conferência de imprensa.

Os Estados Unidos já disseram anteriormente que a Ucrânia deveria ter um caminho para a adesão, mas dizem que isso é impossível enquanto ainda estiver em guerra com a Rússia, uma vez que, ao abrigo do tratado de defesa mútua da NATO, os seus aliados ocidentais teriam de entrar em guerra com a Rússia.

Enquanto isso, Biden defendeu sua decisão de permitir que a Ucrânia usasse armas dos EUA para ataques transfronteiriços de curto alcance na região de Kharkiv, onde a Rússia está montando uma ofensiva, mas disse que ataques de longo alcance ainda estavam proibidos.

– ‘No futuro’ –
Enquanto isso, Zelensky pediu mais mísseis de defesa aérea Patriot para proteger a Ucrânia contra a campanha de ataques com mísseis da Rússia.

Biden disse que cinco países já se comprometeram a dar Patriotas à Ucrânia e que terão de esperar que os Estados Unidos os reabasteçam até que as necessidades da Ucrânia sejam totalmente satisfeitas.

Zelensky também disse que o líder chinês Xi Jinping prometeu não enviar armas à Rússia para usar contra a Ucrânia – embora Biden tenha dito que Pequim já estava a contribuir para o esforço de guerra de Moscovo, dando apoio económico e industrial.

O acordo EUA-Ucrânia é semelhante ao que os Estados Unidos têm com o seu aliado próximo do Médio Oriente, Israel. Washington forneceu armas a Israel enquanto este combate o Hamas em Gaza após os ataques de 7 de Outubro.

Embora o acordo com a Ucrânia vise comprometer as futuras administrações a também apoiarem a Ucrânia, Trump poderia, em teoria, pôr termo ao acordo se ganhasse um segundo mandato em Novembro.

Mas as autoridades dos EUA insistiram que ainda assim conseguiria um apoio duradouro à Ucrânia.

“Hoje, os Estados Unidos estão a enviar um sinal poderoso do nosso forte apoio à Ucrânia, agora e no futuro”, afirmou um comunicado dos EUA que acompanha o acordo de segurança.

O Japão assinou um pacto de segurança semelhante com a Ucrânia na cimeira do G7.

Kiev já assinou pelo menos 15 acordos semelhantes no ano passado com os seus principais apoiantes ocidentais, delineando compromissos plurianuais para financiar e melhorar a defesa e as forças armadas da Ucrânia.

Separadamente, em Itália, o Grupo dos Sete países ricos chegou a um acordo apoiado pelos EUA para um novo empréstimo de 50 mil milhões de dólares à Ucrânia, utilizando lucros de activos russos congelados.

Tanto o acordo EUA-Ucrânia como o acordo de activos reflectem um esforço da administração Biden para garantir o apoio a Kiev.

O ex-presidente republicano Trump, que está empatado nas pesquisas com o democrata Biden, já foi tranquilo quanto ao apoio à Ucrânia e disse que poderia forçar um acordo de paz em 24 horas.

Tendo Trump anteriormente elogiado o presidente russo, Vladimir Putin, e outros autocratas, muitos em Kiev temem que ele os pressione a aceitar que a Rússia mantenha o controlo de uma parte da Ucrânia.

“Os compromissos relacionados com a segurança neste acordo destinam-se a apoiar os esforços da Ucrânia para vencer a guerra de hoje e dissuadir futuras agressões militares russas”, afirma o acordo EUA-Ucrânia.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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