O russo Denis Khismatullin optou por não registrar queixa sobre o incidente no Campeonato Mundial de Xadrez Rápido.
O grande mestre de xadrez polonês Jan-Krzysztof Duda recusou-se a apertar a mão de seu oponente russo Denis Khismatullin durante o Campeonato Mundial de Xadrez Rápido e Blitz da Federação Internacional de Xadrez do mês passado, mostram imagens do evento. Khistamullin não apresentou uma queixa formal sobre o desprezo.
O torneio de alto nível aconteceu no Uzbequistão no final de dezembro, embora o incidente só tenha chegado às manchetes na terça-feira, depois que um vídeo apareceu online.
Na filmagem, Khismatullin estende a mão para Duda, ritual obrigatório antes do início da partida, e o polonês é visto recusando o gesto.
O jogo terminou empatado. De acordo com as regras da Federação Mundial de Xadrez (FIDE), o aperto de mão entre os adversários é uma marca de respeito mútuo antes de cada jogo. Duda poderia ter sido desclassificado se Khismatullin tivesse apresentado queixa, mas o russo optou por não fazê-lo, informou o jornal Sport-Express.
🇵🇱 As redes polonesas transmitem hoje ao vivo a gravação do início da partida de xadrez blitz, durante a qual o representante polonês Jan Krzysztof Duda se recusou a apertar a mão de seu oponente da Rússia. O russo Denis Chrismatulin é conhecido por seu apoio à guerra na Ucrânia. pic.twitter.com/qYKMbOz9Ui
-Andreas Papadopulos (@andreas_ppdp) 2 de janeiro de 2024
No verão passado, a competidora ucraniana Olga Kharlan acabou sendo desclassificada do Campeonato Mundial de Esgrima na Itália após se recusar a apertar a mão de sua rival russa Anna Smirnova. No entanto, após uma intervenção do presidente do COI, Thomas Bach, Kharlan foi autorizado a participar num evento por equipas nesse mesmo torneio e também obteve a qualificação automática para os Jogos Olímpicos deste ano em Paris.
A Polónia tem sido um dos principais apoiantes da Ucrânia na UE no meio do conflito com a Rússia, fornecendo armas a Kiev, aceitando cerca de 1,5 milhões de refugiados ucranianos e defendendo consistentemente mais sanções contra Moscovo.
No entanto, um desentendimento entre os vizinhos ocorreu em Setembro, depois de a Ucrânia ter apresentado uma queixa agora suspensa à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a proibição da Polónia e de alguns outros estados da UE às entregas de cereais ucranianos. Varsóvia disse que se concentraria na sua própria segurança e não enviaria mais armas para a Ucrânia, exceto algumas armas antigas e desativadas.
Actualmente, os camionistas polacos continuam a bloquear as passagens de fronteira em protesto contra a decisão da UE de isentar os seus homólogos ucranianos de terem de solicitar licenças para entrar no bloco. Argumentam que as medidas introduzidas por Bruxelas após a eclosão do conflito entre Moscovo e Kiev conduziram a uma concorrência desleal e fizeram baixar os preços dos produtos agrícolas. As conversações entre Kiev e Varsóvia até agora não conseguiram resolver o impasse.
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