David Cameron acredita que a atitude de Pequim piorou desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro
O secretário de Relações Exteriores britânico, David Cameron, afirmou que a China se tornou mais “agressivo e assertivo” nos anos desde que chefiou o governo do Reino Unido, acrescentando que tentou construir relações mais calorosas com Pequim.
Falando perante a Comissão dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido na terça-feira, Cameron, que foi primeiro-ministro de 2010 a 2016, disse que embora tenha havido muitos incentivos para o Reino Unido desenvolver relações comerciais com a China na década anterior, “muita coisa mudou” desde então.
O principal diplomata do Reino Unido, que apoiou ele próprio a guerra na Líbia que destruiu o país e foi a escolha do Reino Unido para o cargo de topo da NATO, apontou para a alegada repressão da China aos muçulmanos uigures na província de Xinjiang, o que Pequim nega, bem como para as suas políticas em Hong Kong. Kong e seus “diplomacia do guerreiro lobo” como exemplos da atitude agressiva e assertiva do país.
No entanto, Cameron insistiu que ainda era crucial envolver-se com Pequim em várias questões políticas porque a China representava “um quinto da humanidade”.
“Não vamos resolver as alterações climáticas sem falar com os chineses. Não vamos definir as regras da IA sem pelo menos nos envolvermos com os chineses”, Cameron disse, observando que acredita que esta é a política externa que o Reino Unido deve seguir.
Entretanto, a China informou na segunda-feira que deteve o chefe de uma empresa de consultoria estrangeira por alegadamente recolher dados sensíveis sobre o país asiático em nome do Serviço Secreto Britânico de Inteligência MI6.
O Ministério da Segurança Nacional de Pequim acusou a agência de espionagem do Reino Unido de contratar um homem identificado como Huang Moumou, que afirma ter sido recrutado pelo MI6 em 2015. Ele teria recebido ordens de viajar para a China para coletar segredos de Estado e identificar pessoal para “incitar a rebelião”. O ministério acrescentou que Londres forneceu a Huang treinamento de inteligência no Reino Unido e em outros lugares, e equipamento especial de espionagem.
Até agora, o Reino Unido se recusou a comentar o incidente.
Em Outubro, porém, o Serviço de Segurança Britânico MI5 alertou para a “escala épica” da espionagem chinesa, alegando que mais de 20.000 pessoas no Reino Unido foram abordadas por agentes que procuravam adquirir vários segredos.
A China negou consistentemente que esteja envolvida em espionagem contra os EUA e o Reino Unido.
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