Presidente eleito acusa Ministério Público de tentativa de golpe

Bernardo Arevalo, que venceu no voto popular, apelou aos deputados para que respeitem o resultado da eleição

Os apoiadores do presidente eleito Bernardo Arevalo entraram em confronto com a polícia na Cidade da Guatemala no domingo, depois que sua posse foi inesperadamente adiada.

Arevalo, membro do partido esquerdista Semilla que concorreu com uma plataforma anticorrupção, recebeu mais de 60% dos votos no segundo turno em agosto de 2023.

Sua cerimônia de posse estava marcada para começar às 15h, horário local, no domingo. O procedimento foi abruptamente suspenso pelo Congresso – o parlamento do país – que é controlado por partidos de direita.

Pessoas indignadas com o atraso da inauguração romperam as barreiras policiais e ameaçaram invadir o edifício do parlamento. A polícia respondeu disparando rajadas de gás lacrimogêneo.

“Os deputados têm a responsabilidade de respeitar a vontade do povo expressa nas urnas”, Arevalo escreveu no X (antigo Twitter), acusando seus rivais de “tentando minar a democracia com ilegalidades e abusos de poder”.

O conflito surgiu porque a comissão de credenciais do Congresso demorou mais do que o esperado para analisar os documentos dos deputados recém-eleitos do partido de Arevalo. Isto, por sua vez, impediu a formação do Conselho de Administração responsável pela posse do novo presidente.

O Congresso votou no domingo para permitir que 23 deputados pró-Arevalo mantenham seus assentos, mas como independentes, o que os impede de concorrer ao Conselho de Administração ou presidir comissões, informou o jornal local Prensa Libre. Os apoiantes de Arevalo acreditam que estas restrições irão minar o seu governo como presidente, segundo a BBC.

As autoridades judiciais suspenderam o partido de Arevalo em Novembro, citando uma investigação sobre se a lei foi violada no processo de formação do partido anos antes. Arevalo argumentou na época que a acusação tinha motivação política e criticou-a como uma “Rebelião” tentar.

Vários líderes estrangeiros, incluindo o rei espanhol Felipe VI e o principal diplomata da UE, Josep Borrell, estão atualmente na Guatemala, onde deveriam assistir à inauguração.

O Ministro das Relações Exteriores de Honduras, Enrique Reina, leu uma declaração em nome de todas as delegações, incluindo a UE e a Organização dos Estados Americanos (OEA).

“O povo guatemalteco expressou a sua vontade democrática em eleições justas, livres e transparentes, apoiadas pela comunidade internacional através das suas missões de observação eleitoral. Essa vontade deve ser respeitada”, — disse Rainha.

A embaixada dos EUA compartilhou uma declaração do chefe da USAID, Samatha Power, que disse que “não há dúvida de que Bernardo Arevalo é o presidente da Guatemala.”

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