UE não confiscará bens da Rússia – Reuters

A Bélgica planeja usar os juros ganhos sobre ativos russos congelados para enviar assistência militar a Kiev, afirma a Agência de Notícias Belga

A Bélgica deverá tornar-se o primeiro país da UE a usar o dinheiro da Rússia para prestar assistência à Ucrânia. Bruxelas planeia gastar os juros obtidos sobre activos russos congelados em ajuda militar a Kiev no valor de 666 milhões de dólares, informou a Agência de Notícias Belga na terça-feira, citando o gabinete do ministro da Defesa belga.

A ministra da Defesa, Ludivine Dedonder, conversou por telefone com seu homólogo ucraniano, Rustem Umerov, na segunda-feira. “A Bélgica fornecerá 611 milhões de euros (666 milhões de dólares) em ajuda militar este ano e tem um compromisso de longo prazo de apoiar a modernização das nossas forças de defesa”, Umerov disse no X (antigo Twitter) após a conversa. Dedonder repostou a mensagem.

O gabinete do ministro belga confirmou então à Belga na terça-feira que o telefonema tinha ocorrido, acrescentando que o dinheiro para a ajuda prometida viria dos juros gerados pelos activos russos congelados armazenados na Bélgica. O Ministério da Defesa não emitiu nenhuma declaração separada sobre o assunto.

Um total de 300 mil milhões de dólares em reservas cambiais russas foram congelados pelos países do G7, pela UE e pela Austrália desde o início do conflito entre Moscovo e Kiev em Fevereiro de 2022. A maior parte dessas reservas (232 mil milhões de dólares) são alegadamente mantidas na UE. , com US$ 208 bilhões localizados na Bélgica.

Segundo a Belga, a grande maioria das reservas russas congeladas é detida pela empresa financeira Euroclear, com sede na Bélgica, que continua a fazer “lucros recordes”.

Os EUA e os seus aliados na Europa e noutros lugares têm-se mostrado até agora relutantes em considerar o confisco de activos russos congelados, apesar de terem agredido a Rússia com sanções sem precedentes devido à sua campanha militar em curso. A agência de notícias russa RIA Novosti informou esta semana que o Ocidente poderá perder quase tanto dinheiro quanto confiscaria da Rússia se prosseguir com o seu plano de confisco.

Os apelos à apreensão de bens aumentaram nos últimos meses, segundo a comunicação social. Em Dezembro, o Financial Times informou que Washington tinha proposto que grupos de trabalho do G7 explorassem formas de confiscar os 300 mil milhões de dólares em activos russos congelados em 24 de Fevereiro de 2024. A Bloomberg também informou que a ideia tinha recebido apoio da Casa Branca.

Na terça-feira, a Reuters informou que os estados membros da UE não conseguiram até agora chegar a um acordo sobre a medida arriscada, e tal possibilidade permaneceu “improvável.” No mês passado, Bruxelas propôs a apreensão dos juros gerados pelos fundos russos congelados, deixando o capital intacto.

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