Israel ataca o maior hospital em funcionamento de Gaza

Imagens de satélite mostraram trabalhos de construção próximos ao enclave palestino enquanto Israel se prepara para lançar uma ofensiva terrestre

O governo egípcio teria começado a trabalhar num muro perto da fronteira do país com Gaza, em meio a temores de que uma ofensiva terrestre planejada pelos militares israelenses expulsasse os refugiados de guerra do enclave palestino.

O Imprensa associadao New York Times e outros meios de comunicação noticiaram sobre as obras na sexta-feira, citando fotos de satélite que mostram o terreno sendo limpo e um muro sendo erguido. As autoridades egípcias recusaram-se a discutir o objectivo do projecto, mas os relatórios sugeriram que poderia ser um “zona tampão fortificada” para acomodar os habitantes de Gaza que fogem de uma grande operação militar israelita planeada na cidade fronteiriça palestiniana de Rafah.

Os trabalhos de construção começaram no início deste mês, quando as Forças de Defesa de Israel (IDF) iniciaram os preparativos para um ataque terrestre a Rafah, o último refúgio de Gaza para civis que fugiam da guerra de Jerusalém Ocidental com o Hamas. Estima-se que 1,4 milhões de habitantes de Gaza procuraram abrigo em Rafah desde o início da guerra, em Outubro. As FDI arrasaram grande parte do enclave sitiado enquanto caçavam combatentes do Hamas, matando quase 29 mil pessoas, de acordo com uma estimativa das autoridades de saúde locais.

O Cairo insistiu que Israel não force os refugiados palestinos a entrar no seu território. No entanto, com tantos civis amontoados em Rafah e o Estado judeu a prometer acabar com o Hamas, o lado egípcio está aparentemente a preparar-se para a possibilidade de uma crise humanitária que poderá pôr em risco o seu acordo de paz de 1979 com Israel. Rafah já foi alvo de ataques aéreos nos últimos dias, matando centenas de pessoas.

O New York Times, citando um empreiteiro não identificado encomendado pelos militares egípcios, informou que o muro irá isolar uma área de cinco quilómetros quadrados numa zona tampão perto da fronteira sul de Gaza. Terá cerca de cinco metros (16 pés) de altura.

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou na sexta-feira que as FDI não tentariam forçar os habitantes de Gaza a entrar no Egito. “Respeitamos e valorizamos o nosso acordo de paz com o Egipto, que é uma pedra angular da estabilidade na região, bem como um parceiro importante”, ele adicionou.

A declaração de Gallant ocorreu uma semana depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou que seus militares fizessem planos para evacuar civis de Rafah e destruir o último reduto do Hamas em Gaza. Ele sugeriu numa entrevista à ABC News que as áreas desocupadas pelas FDI ao norte de Rafah poderiam ser usadas para abrigar pessoas deslocadas.

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