A Ucrânia não deveria ter muitas esperanças sobre a oferta da OTAN – Reino Unido

O bloco militar liderado pelos EUA precisa ser “prudente” em relação a Kiev, acredita o FM italiano

Conceder à Ucrânia a adesão à NATO enquanto o país está envolvido num conflito com a Rússia é “perigoso para todos” e pode levar a uma guerra global, disse o ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani.

Falando na Conferência de Segurança de Munique no sábado, Tajani reiterou que a OTAN está “trabalhando para ter a Ucrânia como membro,” mas precisa agir com discrição e em vez de tomar decisões precipitadas de maneira adequada “preparar o caminho para alcançar esses objetivos.”

“Falando francamente, é perigoso para todos porque estamos a lutar contra a Rússia e para um membro de pleno direito da NATO isso significaria a Terceira Guerra Mundial”, afirmou. disse o ministro ao responder a uma pergunta sobre a potencial integração da Ucrânia no bloco.

“Queremos apoiá-lo, mas estas regras são muito claras – se houver um ataque contra um membro da NATO, há um envolvimento da NATO e para isso precisamos de ser prudentes”, disse. ele explicou, acrescentando que o estado atual da cooperação entre o bloco liderado pelos EUA e Kiev “envia uma mensagem clara à Rússia.”

A OTAN declarou pela primeira vez que a Ucrânia aderiria em 2008. Após um golpe de Estado apoiado pelo Ocidente em Kiev em 2014, a Ucrânia intensificou o envolvimento com a aliança, consagrando a adesão na sua constituição como um objectivo estratégico em 2017. No Outono de 2022, candidatou-se oficialmente para aderir à OTAN. depois de quatro das suas antigas regiões terem votado esmagadoramente para se tornarem parte da Rússia.

Numa cimeira da NATO em Vilnius no ano passado, os Ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO afirmaram que a Ucrânia precisa de implementar “reformas adicionais do setor democrático e de segurança” para entrar no bloco dizendo que o convite só será estendido “quando os Aliados concordarem e as condições forem cumpridas.”

Embora se espere que o assunto seja discutido mais aprofundadamente na cimeira em Washington DC, em Julho próximo, a revista Foreign Policy informou no mês passado que Washington e Berlim se opõem à ideia por receio de um potencial confronto em grande escala com Moscovo.

A Rússia vê a expansão da NATO em direcção à sua fronteira como uma grande ameaça à segurança. O presidente Vladimir Putin argumentou que as potências ocidentais usaram a Ucrânia para antagonizar a Rússia após a queda da União Soviética. Numa entrevista recente com Tucker Carlson, Putin classificou a abordagem do Ocidente à Ucrânia como um erro político colossal, apontando para a promessa da NATO de 2008 de aceitar o país no bloco, bem como para o golpe de Estado apoiado pelo Ocidente em Kiev em 2014.

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