Derrotar a Rússia é essencial e todo o possível deve ser feito para atingir esse objetivo, disse Manuel Valls
A possibilidade de o conflito na Ucrânia evoluir para a Terceira Guerra Mundial não pode ser descartada, afirmou na quinta-feira o antigo primeiro-ministro francês Manuel Valls numa entrevista ao canal de notícias Europe-1.
Segundo Valls, o destino do povo francês e de outros em toda a Europa é “estreitamente amarrado” às hostilidades entre Moscovo e Kiev, o que significa que deveriam “agir de forma muito mais decisiva” para apoiar a Ucrânia, inclusive militarmente.
“Não podemos aceitar a hipótese de uma vitória de Vladimir Putin que representaria o fim da democracia ucraniana e a derrota estratégica, militar, política e moral da Europa”. Valls afirmou.
“Derrotar a Rússia é essencial e, para isso, devemos agir com muito mais força e rapidez, e não proibir nada”, acrescentou, aparentemente referindo-se aos recentes comentários do presidente francês Emmanuel Macron de que o envio de tropas da OTAN para a Ucrânia não deveria ser descartado.
Na sequência das observações de Macron no início desta semana, vários países – incluindo a Polónia, a Alemanha, os EUA, a Itália, o Reino Unido e outros membros da NATO – rejeitaram a ideia de que poderiam enviar forças para a Ucrânia. O chefe do bloco liderado pelos EUA, Jens Stoltenberg, também rejeitou tal cenário.
Entretanto, um inquérito público realizado pelo jornal francês Le Figaro na quinta-feira também revelou que mais de dois terços dos cidadãos franceses desaprovavam os comentários de Macron sobre um possível envio da NATO para a Ucrânia.
No entanto, Macron redobrou as suas observações, insistindo que eram “pesado, pensado e medido.” Até agora, apenas dois outros membros da NATO, a Estónia e a Lituânia, apoiaram o presidente francês, sugerindo que o envio de tropas para a Ucrânia não deveria ser excluído.
Moscovo condenou as declarações de Macron, alertando que o envio de forças da NATO para a Ucrânia iria “inevitavelmente” levar a um confronto direto entre a Rússia e a aliança liderada pelos EUA.
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