Os 'roubos' da seleção espanhola

A ‘contratação’ de Brahim por Marrocos provocou um terramoto na RFEF. Um dos melhores jogadores nacionais com um futuro brilhante pela frente escapa. O caso do avançado do Real Madrid é o último, mas não o único, no complicado mundo do futebol e das multinacionalidades.

Jogadores nascidos em território espanhol, mas que viram como a sua cultura ou raízes os influenciaram mais do que a sua identidade. A equipe poderia ter tido reforços de luxo em seu arsenal, mas por uma série de motivos decidiu seguir outro caminho

Alejandro Garnacho

Nascido em Madri, O jovem do Atlético decidiu defender as cores do atual campeão mundial apesar de ter sido titular nas categorias inferiores da seleção espanhola. Quando chegou o momento, o atual avançado do Manchester United não teve dúvidas: “Minha mãe é argentina e será uma honra representar a Argentina, assim como foi representar a Espanha na época”.

Nico Paz

Ele nasceu em Tenerife há 19 anos. Filho do ex-zagueiro Pablo Paz, é uma das grandes joias da academia de juniores do Real Madrid e, apesar de poder jogar pela Espanha, já escolheu o futuro nas seleções. “Na realidade, Nico não teve que escolher uma seleção porque nunca foi chamado da Espanha.. A oportunidade surgiu na Argentina e Nico gostou muito, então aproveitou”, disse seu pai à Rádio MARCA.

Lucas Romero

Romeroatual atacante do Almería emprestado pelo AC Milan, nasceu no México, mas mudou-se para terras espanholas com apenas três anos de idade. Filho de pais argentinos, tem nacionalidades mexicana, argentina e espanhola. E apesar da tentativa da RFEF na altura de o ‘contratar’, o jovem de 19 anos acabaria por jurar ‘amor eterno’ ao país da sua família.

Ashraf Hakimi

O lateral-direito do PSG e ex-jovem do Real Madrid nasceu na capital espanhola, mas cedo descobriu que o seu futuro estava na Seleção Marroquina. “Houve contactos, fui à Seleção Espanhola também para tentar, com De la Fuente. Estive alguns dias em Las Rozas e vi que não era o meu lugar certo, não me senti em casa. Não foi por nada em particular, mas pelo que senti, porque não foi o que aprendi e vivi em casa, que é a cultura árabe, sendo marroquino.”

Vá embora

Abde nasceu em Marrocos, mas muito jovem mudou-se para Espanha com o resto da família. O atual jogador do Bétis foi um dos que se arrependeu da escolha inicial de defender a Espanha, para acabar fazendo parte da seleção marroquina.O próprio Luis Enrique até elogiou sua decisão. “Ele escolheu jogar pela selecção espanhola e isso é sempre uma boa notícia”, disse o então seleccionador espanhol. Dois meses depois, Abde seria convocado para a Seleção Marroquina.

Elias Akhomach

O atual jogador do Villarreal nasceu na Catalunha e jogou pela Seleção Espanhola nas categorias de base. Porém, acabaria decidindo pelo Marrocos ao ser reivindicado pelos Sub-21. “Ele nos enviou uma carta e nós aceitamos. Ele quer jogar pelo Marrocos”, disse o técnico Santi Denia.

Lucas e Theo Hernández

Nasceu em Marselha, mas cresceu em Madrid. Lucas passou do contundente “Sinto-me espanhol, a Espanha deu-me tudo e se me chamarem eu irei” para defender as cores da França alguns meses depois. Seu irmão Theo também passou pela mesma transição hispano-francesa. Neste momento são titulares regulares tanto na sua seleção como no PSG e no Milan, respetivamente.

Salim el Jebari

O jovem madridista do Atlético jogou nas camadas jovens da seleção espanhola até rejeitar o apelo da seleção sub-19 para defender as cores de Marrocos.. “A minha razão é simples. No final vou jogar pela Seleção Marroquina pelo sentimento que tenho em relação a ela e porque é um dos sonhos dos meus pais”, disse. Salim disse no Mundo Deportivo.

Iñaki Williams

A atual estrela do Athletic Club disputou apenas uma partida pela seleção espanhola em 2016, contra a Bósnia. Os selecionadores se esqueceram dele e O basco acabaria por escolher o país da sua família: Gana. O próximo alvo da selecção africana foi o seu irmão Nico, mas a Espanha, desta vez, conseguiu empatar a pequena Williams.

Álvaro Rodrigues.

Nascido em Palamós, o Atacante do Real Madrid Castilla Ele nunca pensou em jogar com La Roja. Seu pai deixou bem claro que a única opção é o Uruguai. “Ele conhece todo o meu passado na seleção e ele mesmo me disse que queria ir para o Uruguai. Ele me disse ‘quero ser uruguaio'”.

Mateus José

O cantábrico de 20 anos, pai inglês e mãe espanhola, já foi convocado pela seleção sub-20 da Inglaterra após deslumbrar no Leeds United. Ainda não se estreou como sénior, pelo que a Espanha ainda teria a possibilidade de levar uma das grandes joias da Premier League.

Pablo Maffeo

O lateral-direito catalão do Maiorca foi o penúltimo a trocar de escudo. Mais uma presença nas camadas jovens espanholas que se cansou de esperar por um telefonema dos ‘mais velhos’ e acabou por dizer ‘sim’ ao país da sua mãe. “Scaloni perguntou-lhe se gostaria de representar a Argentina e Pablo disse-lhe que iria de barco se fosse necessário, ou a nado”garantiu seu agente Jordi Capilla.

Júnior Firpo

O ex-jogador do Betis e do Barcelona e atual lateral-direito do Leeds United revelou nas últimas horas que está ‘assinando’ pela seleção da República Dominicana. Estreou-se na seleção espanhola sub-21 com o próprio Luis de la Fuente, mas o salto para a seleção principal nunca aconteceu. Agora, ele defenderá o escudo do país onde nasceu.

Leão Messi

A possibilidade, na época, de trazer Messi para La Roja era remota, mas existia. O próprio Vicente del Bosque revelou os movimentos que realizaram quando Leo começou a se destacar no Barça. “Sei que a Federação Espanhola fez todos os esforços e tentativas para que Messi jogasse em Espanha, mas Lionel recusou e não quis, porque amava o seu país.”



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