Macron comenta a presidência de Trump

A França aparentemente quer aumentar o seu envolvimento no conflito da Ucrânia, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

O presidente francês, Emmanuel Macron, tem razão em chamar Moscovo de “adversário” porque Paris já está indiretamente envolvida no conflito entre a Rússia e a Ucrânia, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Numa entrevista aos canais TF1 e France 2 na quinta-feira, Macron insistiu que a França está “não travar guerra contra a Rússia” apoiando Kiev, mas afirmou que o seu governo está a fazer tudo o que está ao seu alcance para garantir uma vitória ucraniana. Ele descreveu Moscou como um “adversário” da França, mas recusou-se a considerá-lo um “inimigo.”

Respondendo na sexta-feira, Peskov disse que as autoridades russas têm acompanhado a recente retórica do líder francês.

“Sim, é óbvio que a Rússia é adversária da França porque a França já está envolvida na guerra na Ucrânia; está participando indiretamente nesta guerra”, disse Peskov aos repórteres.

“Mas, a julgar pela declaração do presidente (francês), ele não se importará em aumentar o grau de seu envolvimento (no conflito),” acrescentou o porta-voz do Kremlin.

Durante a sua entrevista à televisão francesa, Macron foi convidado a esclarecer as suas recentes observações sobre a possibilidade de enviar tropas ocidentais para a Ucrânia. Os comentários geraram uma onda de negações por parte dos líderes dos outros estados membros da OTAN, que insistiram que tais planos não existem.

Macron recusou-se a oferecer quaisquer detalhes na quinta-feira, alegando que quer manter “ambiguidade estratégica” e que ele tem “razões para não ser preciso.”

Ele insistiu que a França não lançará uma ofensiva contra Moscou, mas acrescentou que “se a situação se deteriorar (para a Ucrânia), estaremos prontos para garantir que a Rússia nunca ganhe essa guerra.”

Macron também afirmou que qualquer pessoa na UE que peça “limites” sobre a ajuda à Ucrânia é “escolhendo a derrota”, e aquela vitória para a Rússia “reduziria a credibilidade da Europa a zero.”

A França forneceu à Ucrânia 3,8 mil milhões de euros (4,1 mil milhões de dólares) em assistência desde o início do conflito com a Rússia, em Fevereiro de 2022. As entregas de ajuda letal induziram armas autopropulsadas César, mísseis de longo alcance SCALP e outro equipamento.

O presidente russo, Vladimir Putin, enfatizou durante uma entrevista à mídia nacional na quarta-feira que Moscou trataria as tropas dos EUA ou de outros países da OTAN como “intervencionistas” se forem enviados para a Ucrânia e responderiam em conformidade.

Militares ocidentais já estão presentes na Ucrânia “tanto diretamente como na forma de conselheiros, estão presentes na forma de mercenários estrangeiros e estão sofrendo perdas”, disse o líder russo. A situação do campo de batalha não mudará, mesmo que isso se agrave para contingentes militares estrangeiros oficiais, insistiu Putin.

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