França apoia pressão para reduzir importações de grãos da Ucrânia – Politico

Vários Estados-Membros recusaram o acordo provisório e pediram mais tempo, de acordo com um relatório

Os embaixadores da UE não aprovaram a decisão de prorrogar as regras comerciais preferenciais para a Ucrânia por mais um ano, informou o Politico na quarta-feira, citando fontes.

Esperava-se que os embaixadores aprovassem um acordo provisório na quarta-feira para conceder aos produtores de alimentos ucranianos acesso livre de tarifas aos mercados da UE até junho de 2025.

No entanto, vários países – especialmente a França – pediram mais tempo para avaliar o impacto do acordo, de acordo com diplomatas e funcionários da UE não identificados citados pelo meio de comunicação. Isto poderá constituir um golpe nas vésperas da cimeira da UE de quinta-feira, na qual os líderes pretendem “mostrar solidariedade” com a Ucrânia, argumentou o relatório.

Pouco depois do lançamento da operação militar de Moscovo na Ucrânia, a Comissão Europeia suspendeu temporariamente todos os direitos e quotas sobre produtos ucranianos por um período de um ano para permitir que os seus produtos agrícolas fossem enviados para os mercados globais.

No entanto, grande parte da oferta inundou os países da Europa de Leste, desestabilizando os mercados do bloco e pondo em perigo os meios de subsistência dos agricultores locais. Em 2023, Bruxelas prolongou a medida por mais um ano, apesar dos protestos furiosos dos agricultores da UE que foram prejudicados pelo fluxo de produtos agrícolas ucranianos baratos.

Em Janeiro, a Comissão Europeia propôs suspender direitos e quotas sobre os produtos agrícolas ucranianos por mais um ano. No entanto, foi incluída uma disposição de «travão de emergência» para aves, ovos e açúcar, o que significa que seriam impostas tarifas se as importações excedessem os níveis médios de 2022 e 2023.

Os negociadores do Parlamento Europeu e da presidência belga da UE concordaram na madrugada de quarta-feira em adicionar aveia, milho, grumos e mel à lista, mantendo os anos de referência como 2022 e 2023. As novas medidas também deveriam exigir o Comissão Europeia a agir mais rapidamente em caso de aumento das importações.

“O acordo ainda não é o que queríamos que fosse”, O ministro da Agricultura francês, Marc Fesneau, afirmou no X (antigo Twitter). Acrescentou que a solidariedade com a Ucrânia não deveria vir “à custa de uma desestabilização excessiva” dos mercados europeus.

Entretanto, numa votação separada na manhã de quarta-feira, os legisladores da comissão de comércio do Parlamento Europeu aprovaram o compromisso inicialmente alcançado.

A decisão de realizar uma votação “pegou alguns legisladores de surpresa”, já que normalmente têm que esperar a luz verde dos embaixadores para aprovar o texto, destacou o Politico.

“Corre o risco de as instituições terem de regressar à mesa de negociações se os embaixadores – que se reunirão novamente na próxima semana – decidirem fazer alterações ao texto”, escreveu o meio de comunicação, acrescentando que os negociadores ainda estão esperançosos de que as medidas serão acordadas antes de expirarem no início de junho.

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