O Colapso da ponte Francis Scott Key impactou as viagens de cruzeiro em Baltimore. A Carnival Cruise Line teve que transferir temporariamente suas operações em Baltimore para Norfolk, Virgínia, já que o porto de Baltimore foi fechado ao tráfego marítimo – o que poderia causar uma perda monetária de até US$ 10 milhões para a empresa.
O navio da empresa, Carnival Legend, estava programado para retornar a Baltimore no domingo, 31 de março, mas os hóspedes irão para Norfolk. Haverá um serviço de ônibus gratuito para voltar a Baltimore a partir daquele porto, anunciou a Carnival na terça-feira. A viagem entre essas cidades pode durar até cinco horas.
O próximo cruzeiro Carnival Legend em 31 de março partirá e retornará para Norfolk.
“Nossos pensamentos permanecem com as famílias afetadas e os socorristas em Baltimore”, disse Christine Duffy, presidente da Carnival Cruise Line, em comunicado. “Agradecemos a promessa feita hoje pelo presidente Biden de dedicar todos os recursos disponíveis para reabrir o porto de Baltimore ao tráfego marítimo o mais rápido possível. À medida que esses planos forem finalizados, atualizaremos nossos futuros hóspedes do cruzeiro sobre quando retornaremos para casa em Baltimore, mas, enquanto isso, agradecemos a resposta rápida e o apoio das autoridades em Norfolk.”
“Continuaremos monitorando ativamente a situação e esperamos voltar a Baltimore o mais rápido possível”, disse um porta-voz da Carnival em comunicado à CBS News.
Quanto ao impacto nos negócios, o porta-voz disse à CBS News que a empresa espera um impacto inferior a US$ 10 milhões nos lucros ajustados antes de juros, impostos, depreciação e amortização, bem como no lucro líquido ajustado para todo o ano de 2024.
Julia Nikhinson/REUTERS
A Cruise Lines International Association, a maior associação comercial da indústria de cruzeiros, afirma que 12 navios de cruzeiro fizeram 115 viagens por Baltimore em 2024. E em 2023, cerca de 444.000 passageiros de cruzeiros passaram pelo porto, o 29º maior dos EUA.
Outras empresas de cruzeiros como a Royal Caribbean e a American Cruise Lines também têm navios que vão para Baltimore, no entanto, não está claro se essas linhas já foram afetadas. A CBS News entrou em contato com várias empresas de cruzeiros para comentar.
O ponte desabou ao redor 1h30 de terça-feira, quando um navio cargueiro, chamado de Daliperdeu energia e colidiu com uma das colunas da ponte. O navio fez um pedido de socorro antes do acidente e os socorristas conseguiram evitar que os carros entrassem na ponte, mas oito trabalhadores da construção civil estavam na estrutura despejando concreto.
Dois dos trabalhadores da construção civil foram recuperados com vida, mas os outros seis foram dados como mortos na terça-feira. Dois corpos foram encontrados em um veículo de construção submerso na água na quarta-feira.
Após o incidente, o governador de Maryland, Wes Moore, declarou estado de emergência e o presidente Biden disse que o o governo federal pagaria por todo o custo de reconstruir a ponte, que ainda está no rio, em cima do cargueiro, que levava 22 pessoas a bordo – nenhuma delas ferida.
Karl Merton Ferron/The Baltimore Sun/Tribune News Service via Getty Images
Baltimore é o nono porto mais movimentado do país e movimentou um recorde de 11,7 milhões de toneladas de carga no ano passado, relata a Associated Press. Mais de 50 empresas de transporte marítimo e de cruzeiros fazem negócios com o porto, principalmente movimentando carros, carvão, madeira, aço, alumínio, eletrodomésticos, móveis, açúcar e gás natural liquefeito.
“Para todos que compram carros, para todos que compram equipamentos agrícolas, somos o maior porto do país que faz isso”, O governador de Maryland, Wes Moore, disse. “Portanto, isso não está afetando apenas Maryland.”
As companhias de navegação e as montadoras provavelmente desviarão os navios que vão para Baltimore para outras cidades da Costa Leste, dizem especialistas, de acordo com a AP.
Os navios que esperavam para entrar em Baltimore ficaram paralisados após o incidente, com muitos deles à deriva no Atlântico Norte, à espera de serem atribuídos a um novo porto, de acordo com a Windward Maritime, que analisa dados marítimos.
O secretário de Transportes, Pete Buttigieg, disse que reconstruir a ponte não será fácil nem barato. “Isso não significa necessariamente que a substituição levará cinco anos, mas mostra o que aconteceu naquela estrutura original durante a construção”, disse ele. “Precisamos ter uma noção das condições, das partes que parecem boas a olho nu, mas ainda não sabemos, especialmente em termos da sua infraestrutura fundamental.”
