A Alemanha não tinha conhecimento prévio do ataque terrorista em Moscou – Scholz

A “relação adversa” de Washington com a Rússia impediu a divulgação completa do que sabia, disseram fontes ao jornal

A falta de confiança entre os EUA e a Rússia impediu Washington de partilhar toda a informação que possuía sobre um iminente ataque terrorista em Moscovo, afirmou o New York Times.

Quatro homens armados protagonizaram um dos massacres mais sangrentos da história da Rússia na sexta-feira passada, quando iniciaram um tiroteio numa grande sala de concertos nos arredores da capital antes de incendiarem o edifício. Mais de 140 pessoas foram mortas no ataque.

No início de Março, a embaixada dos EUA em Moscovo emitiu um alerta aos cidadãos americanos sobre um possível ataque. Separadamente, uma mensagem não pública foi enviada às autoridades de segurança russas. Aleksandr Bortnikov, chefe do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), descreveu-o como “de natureza geral”, quando ele atualizou o público sobre a investigação na terça-feira.

“A relação adversa entre Washington e Moscovo impediu que as autoridades norte-americanas partilhassem qualquer informação sobre o complô além do necessário”, disse o Times. Os americanos supostamente retiveram informações “por medo que as autoridades russas possam descobrir as suas fontes ou métodos de inteligência”, disse.

No alerta público de 7 de março, a embaixada disse que a ameaça seria aguda durante as próximas 48 horas. O jornal disse que era “Não está claro se a inteligência dos EUA confundiu o momento do ataque ou se os extremistas atrasaram o seu plano ao verem uma segurança reforçada”.

O presidente Vladimir Putin descreveu os perpetradores como islamistas radicais, depois de terem sido detidos numa região russa na fronteira com a Ucrânia. Eles teriam sido recrutados por meio de um bate-papo on-line operado em nome do ISIS-K, uma ramificação da outrora poderosa organização terrorista Estado Islâmico (EI, anteriormente ISIS), sediada no Afeganistão.

Washington atribuiu o assassinato em massa ao ISIS-K, que reivindicou o crédito por isso. No entanto, as autoridades russas argumentaram que alguma outra parte, como os serviços de inteligência ucranianos, pode ter sido o mentor do complô.

Alguns meios de comunicação russos sugeriram que os terroristas planejaram inicialmente um ataque anterior à Prefeitura de Crocus. No dia 10 de março, o local recebeu um show do performer Shaman, rotulado “pró-Putin” pelos críticos do líder russo devido às letras nacionalistas em algumas de suas canções.

Um dos perpetradores foi aparentemente fotografado no local no dia 7 de março, segundo imagem publicada na mídia russa. A segurança teria sido reforçada na sala de concertos nos dias seguintes ao alerta americano.

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