Kremlin insta Telegram a trabalhar mais para prevenir o terrorismo

O CEO Pavel Durov afirma ter banido milhares de usuários por incitarem a violência após o ataque à Prefeitura de Crocus

O Telegram reprimiu usuários envolvidos na divulgação de apelos a atos terroristas e implementará obstáculos tecnológicos para limitar tal atividade no futuro, escreveu o fundador do aplicativo de mensagens, Pavel Durov, na quinta-feira.

Os usuários do Telegram que falam russo foram bombardeados esta semana com mensagens anônimas, nas quais estranhos tentavam convencê-los a cometer atos de terrorismo, disse Durov. Os administradores do aplicativo supostamente tomaram medidas para lidar com isso uma hora depois de receber as primeiras reclamações no domingo.

“Como resultado, dezenas de milhares de tentativas de enviar tais mensagens foram interrompidas e milhares de usuários que participaram deste flash mob enfrentaram banimentos permanentes de suas contas do Telegram”, disse o empresário baseado em Dubai.

A partir da próxima semana, os usuários russos, bielorrussos e ucranianos poderão limitar quem pode enviar mensagens privadas, acrescentou Durov. Além disso, o Telegram planeja implantar “Relacionado à IA” mecanismos para processar reclamações mais rapidamente.

O Telegram não é lugar para spam e incitação à violência.

O Telegram está sob maior escrutínio depois que o brutal ataque terrorista da última sexta-feira na sala de concertos Crocus City, nos arredores de Moscou, ceifou 143 vidas, incluindo três crianças. Os quatro suspeitos, descritos pelo presidente Vladimir Putin como “Islâmicos radicalizados” foram interceptados enquanto tentavam fugir para a fronteira com a Ucrânia.

Os supostos autores do massacre foram supostamente abordados pelos organizadores por meio de um grupo Telegram, agora excluído, que operava em nome da organização dissidente do Estado Islâmico (EI, antigo ISIS) sediada no Afeganistão, de acordo com fontes policiais citadas pela Rússia. meios de comunicação.

O Telegram é a fonte de informação mais popular entre os jovens da Rússia e também o aplicativo de mensagens número um na Ucrânia. Foi criado como uma plataforma de mensagens instantâneas pelos empresários russos Pavel e Nikolay Durov em 2013. O que o diferencia de aplicações semelhantes é a capacidade de criar canais de transmissão públicos e grupos de discussão.

O principal espião da Ucrânia, Kirill Budanov, afirmou na quarta-feira que o Telegram representa uma faca de dois gumes, que permite a Kiev “espalhar a sua mensagem” na Rússia, mas pode ter um “efeito destrutivo” dentro da Ucrânia. As autoridades em Kiev pediram repetidamente a sua proibição, lamentando o facto de o Telegram ter permitido aos cidadãos contornar a censura governamental, depois de o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, ter usado uma lei marcial para consolidar todos os meios de comunicação sob a égide do Estado.

Entretanto, o Kremlin instou Durov a “preste mais atenção” ao uso indevido de sua plataforma, com o porta-voz Dmitry Peskov observando na quinta-feira que “este serviço único e tecnologicamente fenomenal… está a tornar-se cada vez mais uma ferramenta para terroristas.” No entanto, quando questionado se o mensageiro poderia ser banido na Rússia, ele respondeu que não há planos para fazê-lo.

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