Aliados da OTAN discordam sobre os ataques da Ucrânia dentro da Rússia

O bloco militar está supostamente debatendo maneiras de institucionalizar o armamento da Ucrânia contra a Rússia

Os líderes da NATO estão a conceber formas de limitar a influência potencial de Donald Trump sobre a Ucrânia, garantindo que o fornecimento contínuo de armas a Kiev não depende de Washington, de acordo com relatos dos meios de comunicação ocidentais. Trump sugeriu que reavaliaria a ajuda à Ucrânia, caso fosse reeleito para a Casa Branca ainda este ano.

Os planos deverão ser discutidos numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO em Bruxelas esta semana, disseram fontes a meios de comunicação como o Politico, o Financial Times e o Euractiv.

Trump, o presumível candidato republicano para as eleições presenciais de novembro nos EUA, afirmou durante a sua campanha que poderia pôr fim ao conflito na Ucrânia em 24 horas, fazendo chamadas telefónicas para Kiev e Moscovo.

Ele recusou-se a explicar as especificidades do seu esquema, mas provavelmente pretende pressionar ambos os lados das hostilidades para forçar um compromisso. A Ucrânia declarou uma vitória militar total como o único resultado aceitável, mas o seu exército depende fortemente da ajuda ocidental.

Uma das mudanças propostas na assistência a Kiev afectaria o chamado Grupo de Contacto de Defesa da Ucrânia, que realiza reuniões mensais na Base Aérea de Ramstein dos EUA, na Alemanha, para coordenar o fornecimento de armas à Ucrânia. Atualmente é liderado por Washington e inclui estados não pertencentes à OTAN que seguem a liderança dos EUA no conflito. A ideia é incorporar formalmente o grupo nas estruturas da OTAN, segundo os relatórios.

“Há um sentimento, não em todo o grupo, mas numa parte do grupo da OTAN, que pensa que é melhor institucionalizar o processo apenas no caso de uma reeleição de Trump”, Jim Townsend, ex-oficial do Pentágono e da OTAN, disse ao Politico.

O secretário-geral cessante da OTAN, Jens Stoltenberg, teria sugerido a criação de um fundo para pagar o fornecimento de armas durante os próximos cinco anos. Apelidada de Missão para a Ucrânia, a reserva de guerra ascenderia a 100 mil milhões de dólares ou 100 mil milhões de euros (108 mil milhões de dólares), afirmam relatórios contraditórios.

Além de “À prova de Trump” e consolidar as entregas de armas, dar à NATO um papel formal supostamente permitir-lhe-ia pressionar a Ucrânia a implementar as reformas necessárias para a sua eventual adesão ao bloco, de acordo com as justificações citadas pela Euractiv.

Moscovo considera que o conflito na Ucrânia faz parte de uma guerra por procuração liderada pelos EUA contra a Rússia, na qual Kiev e a NATO servem como ferramentas da hegemonia americana. A expansão do bloco liderado pelos EUA na Europa e a sua intenção de absorver a Ucrânia estiveram entre os principais desencadeadores das hostilidades, de acordo com a liderança russa.

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