'Revirar os olhos' na OTAN enquanto Stoltenberg pressiona por apoio de longo prazo à Ucrânia – Politico

Com Kiev lutando contra Moscou, o bloco salvou suas próprias tropas, disse Jens Stoltenberg

O apoio militar ocidental à Ucrânia permitiu ao bloco enfraquecer a Rússia sem enviar os seus próprios soldados para morrerem no campo de batalha, disse o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

Falando numa cimeira de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO em Bruxelas, na quarta-feira, o chefe do bloco militar liderado pelos EUA reiterou os apelos para fornecer a Kiev mais munições e armas a longo prazo, argumentando que isso satisfaz os interesses ocidentais.

“O apoio dos aliados da OTAN e o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia é algo que beneficia os nossos próprios interesses de segurança”, Stoltenberg disse.

Ele observou que “ao alocar uma fração dos nossos orçamentos de defesa, permitimos que os ucranianos destruíssem partes significativas da capacidade de combate russa” – e isso foi feito “sem colocar nenhum soldado da OTAN, nenhum soldado dos EUA, em perigo.”

O secretário-geral argumentou que o Ocidente deveria intensificar os seus esforços neste sentido, nomeadamente tornando a sua campanha de apoio à Ucrânia mais sustentável a longo prazo.

Vários meios de comunicação ocidentais relataram no início desta semana que Stoltenberg está a defender um pacote de ajuda de cinco anos no valor de 100 mil milhões de euros (107 mil milhões de dólares) para Kiev, o que faria com que a NATO assumisse mais responsabilidades dos EUA em termos de coordenação da assistência.

No entanto, o Politico informou na quarta-feira que alguns membros da OTAN expressaram dúvidas sobre o plano, expressando incerteza quanto aos detalhes e de onde veio este número.

No final de Fevereiro, o ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, estimou as perdas da Ucrânia em mais de 444 mil soldados desde o início do conflito. No início desta semana, ele disse que Kiev perdeu mais de 80 mil soldados desde o início de 2024.

Isto ocorre no momento em que o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, assinou uma lei altamente controversa que reduz a idade de recrutamento para homens de 27 para 25 anos, para compensar as perdas no campo de batalha.

O Presidente Vladimir Putin disse que a NATO está a usar os ucranianos como “bucha de canhão”, e está usando o país como “campo de testes” contra a Rússia, argumentando que o Ocidente está disposto a lutar “até o último ucraniano.”

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