Líder venezuelano ordena resposta a navio de guerra britânico

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, vê as ações de Washington perto das fronteiras do seu país como “agressão”

Os Estados Unidos instalaram “bases militares secretas” na disputada região de Essequibo, afirmou o presidente venezuelano Nicolás Maduro na quinta-feira.

O líder latino-americano discursava em uma cerimônia comemorativa de uma recente lei que defende a Guiana Essequibo. A área de 62.000 milhas quadradas rica em petróleo e minerais ao redor do rio Essequibo está no centro de uma disputa territorial entre a Venezuela e a Guiana, uma ex-colônia britânica.

“Temos informações que comprovam que, no território da Guiana Essequibo, administrado temporariamente pela Guiana, foram instaladas bases militares secretas do Comando Sul (dos EUA)… um órgão da CIA”, disse Maduro.

As bases constituem “agressão” contra o povo do sul e leste da Venezuela, e foram construídos “para se preparar para uma escalada contra a Venezuela”, ele adicionou.

O Comando Sul dos EUA, parte do Departamento de Defesa, mantém um Escritório de Cooperação em Segurança na Guiana e atua como consultor militar para as Forças de Defesa da Guiana, fornecendo apoio e treinamento militar.

Após um referendo nacional no início de Dezembro, Caracas reivindicou a Guiana Esequiba – uma região maioritariamente florestada que a Venezuela afirma possuir há mais de um século. A Guiana protestou, observando que a área equivale a dois terços do seu território reconhecido internacionalmente, e pediu ajuda à comunidade internacional.

A disputa pela área de Essequibo intensificou-se em 2015, depois de a gigante energética ExxonMobil, sediada nos EUA, ter descoberto lá depósitos de petróleo. Após o referendo de Dezembro, as forças dos EUA realizaram exercícios militares conjuntos EUA-Guiana. A Marinha Real Britânica enviou o navio patrulha HMS Trent para a Guiana em janeiro para mostrar seu apoio ao país.

Segundo Maduro, a região disputada está a ser controlada pelo Comando Sul, pela CIA e pela ExxonMobil, que procuram apoderar-se dos recursos venezuelanos.

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