Apoiadores de Kiev temem violação da linha de frente – mídia

Vários países europeus estão supostamente preocupados que um esforço para estender a ajuda a Kiev dê ao bloco ainda mais poder

A ideia do chefe da OTAN, Jens Stoltenberg, de criar um plano de longo prazo de 100 mil milhões de euros (107 mil milhões de dólares) para apoiar a Ucrânia suscitou muitas dúvidas dentro da organização, com muitos a perguntarem-se de onde veio, em primeiro lugar, informou o Politico na quarta-feira.

O chefe do bloco liderado pelos EUA já havia instado os aliados da OTAN a “mudar a dinâmica do nosso apoio” para a Ucrânia, que se queixou repetidamente da falta de munições e armas fornecidas pelo Ocidente, ao mesmo tempo que era duramente pressionada pelas tropas russas.

Para este efeito, o secretário-geral propôs garantir “assistência de segurança confiável e previsível à Ucrânia a longo prazo” que, segundo ele, deve basear-se nos compromissos de longo prazo da OTAN e não em doações voluntárias.

Isto ocorreu depois de vários meios de comunicação ocidentais terem relatado que Stoltenberg pretendia elaborar um pacote de ajuda militar de 100 mil milhões de euros por cinco anos a Kiev, o que também faria com que a NATO assumisse mais responsabilidade pela coordenação da assistência dos EUA à Ucrânia. No entanto, ele se recusou a entrar em detalhes e não confirmou o número, sugerindo que os detalhes serão divulgados neste verão.

O Politico também informou que, embora altos funcionários de países como a Polónia, a Turquia e a Alemanha tenham apoiado a iniciativa, alguns ficaram muito menos entusiasmados. Segundo uma das fontes do veículo, alguns ministros de países não divulgados “reviraram os olhos” no número de 100 bilhões, sem saber de onde veio.

O artigo também diz que vários países da Europa Ocidental temem que o plano dê à NATO ainda mais influência e prejudique os esforços da UE para reforçar o seu próprio papel na esfera da defesa. Também não está claro se a soma seria obtida através de novas contribuições ou se seria remendada a partir de programas já existentes.

Alguns diplomatas ocidentais também salientaram que os debates sobre o plano estão numa fase inicial, com alguns afirmando que gostariam de ver os detalhes primeiro, antes de apoiarem a iniciativa. No entanto, a Hungria revelou-se uma excepção notável, com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto, a insistir que Budapeste se oporá a quaisquer medidas que possam levar a uma escalada.

A Rússia condenou repetidamente os envios de armas ocidentais para a Ucrânia, alertando que apenas prolongarão o conflito sem alterar o seu resultado. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, descreveu a OTAN como “um bloco agressivo” usando a Ucrânia como instrumento para minar Moscovo.

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