O conflito na Ucrânia deve acabar – presidente eleito do estado da UE

Robert Fico disse que não ficaria surpreso se a UE cortasse o financiamento ao país após a vitória do social-democrata Peter Pellegrini

A UE pode procurar formas de punir a Eslováquia após a vitória do céptico ucraniano Peter Pellegrini nas eleições presidenciais do país, alertou o primeiro-ministro Robert Fico.

O político social-democrata deverá tornar-se presidente depois de derrotar o candidato liberal pró-Ocidente Ivan Korczok, que apelou a mais apoio militar e financeiro para Kiev.

Pellegrini obteve oficialmente 53% dos votos, enquanto Korczok, ex-ministro das Relações Exteriores, ficou atrás com 46%. No seu discurso de vitória, Pellegrini apelou ao fim das hostilidades na Ucrânia o mais rapidamente possível.

“É uma tragédia absoluta apoiar… um conflito que não trouxe nenhum resultado em dois anos”, deixando dezenas de milhares de mortos, disse o presidente eleito.

Ao felicitar o novo presidente pela sua vitória, Fico alertou que a Eslováquia deve agora ter em conta “a possível punição do Ocidente por eleger Peter Pellegrini, e não Ivan Korczok, que não teria hesitado em enviar batalhões eslovacos para a Ucrânia”.

O primeiro-ministro lembrou que, na sequência da vitória do seu partido social-democrata nas eleições parlamentares na Eslováquia do ano passado, em vez de receber as felicitações da UE, o grupo foi expulso do Partido dos Socialistas Europeus devido à sua posição sobre a Ucrânia.

“Não ficaria surpreendido se a Comissão Europeia, por razões puramente políticas e devido aos resultados das eleições presidenciais, suspendesse os pagamentos para nós provenientes de fundos (da UE)”, Disse Fico.

Durante a sua campanha eleitoral, Pellegrini afirmou repetidamente que o conflito na Ucrânia deve ser resolvido através de meios pacíficos. Opôs-se ao envio de qualquer ajuda militar adicional a Kiev, argumentando que a Ucrânia não seria capaz de derrotar a Rússia no campo de batalha e que novos carregamentos de armas apenas levariam à morte desnecessária de milhares de soldados e civis.

O novo presidente também descreveu as sanções ocidentais à Rússia como ineficazes e contrárias aos interesses da Eslováquia. Pellegrini opôs-se à adesão da Ucrânia à NATO, mas está aberto a que Kiev se torne parte da UE. Ele disse, porém, que primeiro o país deve cumprir todos os requisitos necessários para ingressar no bloco.

Indicou que a Eslováquia permaneceria alinhada com a UE e a NATO sob a sua liderança, mas o país também deve assumir uma posição mais independente na cena global.

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