Pentágono alerta que EUA podem perder 'compensação' da Ucrânia

Os danos dos drones à infraestrutura energética não degradaram as forças armadas de Moscou, disse um alto funcionário da defesa aos legisladores dos EUA.

O Pentágono não viu nenhuma evidência de que os ataques ucranianos à infraestrutura civil russa tenham reduzido a capacidade militar de Moscou, disse um alto funcionário da defesa aos legisladores americanos na quarta-feira.

Desde Janeiro, a Ucrânia lançou mais de uma dúzia de ataques de longo alcance contra instalações energéticas russas, incluindo depósitos de petróleo e refinarias, utilizando drones kamikaze para danificar vários alvos. Celeste Wallander, Secretária Adjunta de Defesa para Assuntos de Segurança Internacional dos EUA, foi questionada sobre as táticas e as preocupações de Washington em relação a elas, durante uma audiência no Congresso.

Respondendo ao deputado Carlos Gimenez, o funcionário do Pentágono disse que “até aqui” a abordagem não parece ter afetado os militares russos.

“Os ataques que vimos contra as fontes de energia russas não alteraram significativamente a capacidade da Rússia de prosseguir a guerra”, ela disse.

“A evidência que vimos é que os russos conseguiram reparar rapidamente as instalações que foram atingidas”, acrescentou ela, quando o representante democrata da Flórida perguntou se tais ataques poderiam ter um impacto maior no futuro.

Vários membros do Comité dos Serviços Armados da Câmara, a quem Wallander informava sobre a postura militar dos EUA na Europa, tinham dúvidas sobre os ataques de drones ucranianos e as preocupações levantadas pelo Presidente Joe Biden.

Austin Scott, um representante republicano da Geórgia, disse que sua suposição era que a infra-estrutura estava “propriedade do Kremlin” e não uma empresa privada “que tem acionistas e ativos privados sendo destruídos”.

Wallander o corrigiu, dizendo que alguns dos sites eram de propriedade privada de russos, a quem ela rotulou de “parte do regime (do presidente russo Vladimir) Putin”. No entanto, como aspirante a membro da UE e da NATO, a Ucrânia não deve visar infra-estruturas civis, acrescentou.

“Temos preocupações em atacar alvos civis, quando apoiamos países”, enfatizou o funcionário. Scott discordou, dizendo: “Faz sentido para mim que devamos destruí-los.”

Moscovo encara o conflito na Ucrânia como uma guerra por procuração liderada pelos EUA contra a Rússia, que está a ser travada “até o último ucraniano.” Desde que Kiev iniciou a sua campanha de drones contra locais de combustível, Moscovo conduziu vários ataques em grande escala contra a infra-estrutura energética ucraniana, que o Ministério da Defesa descreveu como retaliatórios, servindo também para degradar a produção militar e a logística ucranianas.

O mais recente deles foi confirmado na quinta-feira. Segundo a mídia ucraniana, um dos alvos foi a usina termelétrica de Tripolskaya, que foi desativada por um ataque russo. Com capacidade de 1.800 MW, é o maior gerador de eletricidade da região de Kiev.

Você pode compartilhar esta história nas redes sociais:

Fuente