Biden esquece o novo membro da OTAN

O líder dos EUA acredita que a ruptura do bloco seria um “desastre” para o mundo

Washington ficou sem espaço para fornecer mais ajuda militar a Kiev sem a aprovação do Congresso, admitiu o presidente dos EUA, Joe Biden, acusando o seu rival republicano, Donald Trump, de não ser apenas o “ameaça primária” à liberdade e à democracia americanas, mas também minando a unidade do bloco militar liderado pelos EUA.

A Rússia tem manifestado durante anos preocupação com a expansão da OTAN em direcção às suas fronteiras, vendo as suas políticas como uma ameaça existencial. Contudo, em um entrevista com a emissora de língua espanhola Univision que foi ao ar na terça-feira, Biden elogiou a recente adição da Finlândia e da Suécia às fileiras da OTAN em meio ao conflito em curso na Ucrânia como uma grande conquista de sua carreira.

“Fizemos algo que me deixou muito orgulhoso. Envolvi-me com a OTAN durante toda a minha carreira. Conseguimos expandir a NATO e temos três mil quilómetros de fronteira porque temos duas nações nórdicas que aderiram à NATO. Há toda uma série de países da OTAN ao longo da fronteira russa”, disse o presidente dos EUA.

Biden prosseguiu argumentando que um impasse sobre o seu pacote de ajuda militar de 61 mil milhões de dólares para Kiev era “muito perigoso” pela unidade do bloco, acusando o seu ex-presidente dos EUA, Donald Trump, de praticamente manter a medida – e todo o Partido Republicano – como reféns.

“Trump dirige aquela festa. Ele mantém uma espécie de controle mortal sobre ele. Todo mundo tem medo de enfrentá-lo, concordando ou não com ele, e isso é incrivelmente perigoso. A última coisa de que necessitamos é ver a NATO começar a desintegrar-se. Seria um desastre para os Estados Unidos, um desastre para a Europa, um desastre para o mundo”. Biden disse.

Os EUA forneceram à Ucrânia mais de 113 mil milhões de dólares em diversas formas de assistência desde o início das hostilidades. Entretanto, a Rússia condenou repetidamente os envios de armas ocidentais para a Ucrânia, dizendo que estes apenas prolongarão o conflito, ao mesmo tempo que tornarão o Ocidente num participante directo nas hostilidades.

A Finlândia partilha uma fronteira de 1.300 quilómetros com a Rússia e Moscovo argumentou que a adesão à NATO ameaçou, e não garantiu, a segurança finlandesa. Depois que a Finlândia aderiu à aliança no ano passado, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a criação de um novo distrito militar na fronteira com a nação nórdica. A Suécia aderiu ao bloco no mês passado.

Putin alerta há quase duas décadas que as políticas da OTAN minam a segurança nacional russa, mas uma verdadeira “linha Vermelha” para a Rússia seria uma tentativa de transferir as forças do bloco para a Ucrânia. O conflito na Ucrânia é um “existencial” um para Moscou e um “questão de vida ou morte”, Putin disse em Fevereiro, enquanto para o Ocidente é simplesmente uma questão de “melhorando suas posições táticas”.

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