Foi assim que Xabi Alonso moldou o milagre do Bayer Leverkusen

‘Adeus’. Vejo você por aí. O ‘BundesBayern’ ou a ‘BayernLiga’ – dependendo da sua preferência – agora é história. Os mitos de ‘Neverkusen’, ‘Loserkusen’, ‘Vicekusen’… também ficaram para trás.

A equipe presidida por o espanhol Fernando Carro, treinado por Xabi Alonso e sinalizado do ‘verde’ por Alejandro Grimaldo e Borja Iglesias baniu para sempre a lenda das ‘pupas’ que cercavam o Bayer (sem n) para pôr fim à tirania do Bayern, que acorrentou 11 ‘Salad Bowls’ consecutivos. Uma sequência, a mais longa de todos os tempos nas ligas principais, para a qual, curiosamente, contribuiu o próprio Alonso, que, durante a sua passagem pelo Allianz como jogador, ganhou três ‘Salad Bowls’: 2014-15, 2015-16 e 2016 -17.

“Para ser honesto, preferiríamos decidir nós mesmos em campo”, alertou Xabi na sexta-feira, antes que as vitórias do Bayern e do Stuttgart os impedissem de ‘cantar o alirón’ sem jogar, assistindo pela televisão. “Felizmente não é a única oportunidade que temos de ser campeões, mas jogamos em casa e queremos aproveitar a primeira bola”, acrescentou.

Dito e feito. Desta vez, ao contrário do que aconteceu em 1999-00, quando perderam o ‘Salad Bowl’ na última jornada com um autogolo de Ballack, ou em 2001-02, quando viram como a Liga, a Taça e os Campeões num período de 15 dias, O Bayer Leverkusen não falhou.

O ‘Xabineta’ derrotou o Werder Bremen (5-0) com a BayArena (30.210 espectadores) estourando para vencer sua primeira Liga! da sua história… faltam cinco dias. Eles estão 16 pontos à frente de Bayern e Stuttgart. Um marco para aquela equipa que os trabalhadores farmacêuticos da Bayer fundaram como entretenimento – é uma das duas excepções à regra 50+1 que existe na Alemanha – há 119 anos. “O futebol deve uma Liga dos Campeões ao Atlético e uma Liga ao Leverkusen” Fernando Carro disse no MARCA no verão passado. Ele já tem isso. Após cinco vice-campeonatos, ocupará um lugar preferencial ao lado da Taça UEFA conquistada contra o Espanyol em 1987-88 e da Taça da Alemanha conquistada em 1992-93.

O futebol deve uma Liga dos Campeões ao Atlético e uma Liga ao Leverkusen

Fernando Carro, CEO do Leverkusen

“Temos que acabar com a hegemonia do Bayern, pois o mesmo time vencer a Liga por 11 anos consecutivos não é o melhor”, reconheceu o CEO da Bayer. O seu feito, de derrubar o “Império da Baviera”, é digno de “Asterix e Obelix”. Entre as 18 equipas que compõem a Bundesliga, Leverkusen é a terceira cidade com menor número de habitantes (163 mil) e o seu orçamento, o quarto maior da Bundesliga (250 milhões), é três vezes menor que o do Bayern (780). .

Como se não bastasse, quando Alonso chegou, há um ano e meio, para estrear no banco da Primeira Divisão, o time estava em declínio. Um ‘conto de fadas’ que, salvando a distância, tem certos paralelos com aquele que o Leicester protagonizou ao vencer a Premier League 2015-16. Agora, depois de rejeitar Bayern e Liverpool ao renovar até 2026, ‘Xabi I da Alemanha’ colocou-o no topo. Vida longa ao rei.

Um campeão recorde

Não importa o quê, mas também como. O Bayer Leverkusen está a caminho de imitar o Arsenal de Wenger. Ele pode terminar a Liga sem perder um único jogo. Aliás, é o único time da Europa que segue invicto em todas as competições: soma 37 vitórias e seis empates em 43 jogos.

A vitória sobre o Werder Bremen, além do ‘Salad Bowl’, trouxe dois novos recordes. O Leverkusen (29 jogos) superou o recorde de jogos sem perder desde o início da Liga que foi estabelecido pelo Bayern de Guardiola (28) em 2013-14. É curioso: só aquela equipa (27.ª jornada) cantou o alirón de forma mais precoce que a de Xabi Alonso.

Não apenas isso. Eles igualaram os 43 jogos em que a Juventus ficou ‘invicta’ em 2011-12, recorde absoluto na história do futebol europeu e querem mais.

E em Leverkusen o som soou… Viva a Espanha!

O Bayer, que perdeu apenas oito pontos no Campeonato, já bateu o recorde de pontos (79), vitórias (25) e gols (69) e ainda Ele tem cinco dias para continuar melhorando.

Indo para o trigêmeo

‘Die Werkself’, já com a Liga no bolso, vê no horizonte um ‘triplo’ que era inimaginável no início da temporada… mas cada vez mais viável. Dez jogos, na melhor das hipóteses, o separam da ‘tríplice coroa’.

Xabi Alonso aproveitará os cinco jogos restantes da Bundesliga para fazer pausas… sem perder a tensão competitiva. Além disso, chegou à final da Copa – enfrentará o Kaiserslautern, da Segunda Divisão – e derrotou o West Ham (2 a 0) na primeira mão das quartas de final da Liga Europa. Se chegassem à final, teriam mais quatro jogos pela frente. ‘Neverkusen’ agora é ‘Winnerkusen’.

palavra do campeão

Xabi Alonso, ao MARCA após vencer a Bundesliga: “É incrível entrar na história do Leverkusen”

Alonso, após tomar banho de cerveja, conversou com MARCA: “Cada título é especial. Gostei muito da promoção com Sanse, Foi muito especial, mas este título, já ao mais alto nível, é incrível. Entramos na história do Leverkusen ao vencer o Bundes pela primeira vez. O sabor é ótimo e agora é hora de comemorar. Nós merecemos isso. Não só pelos resultados, mas pela forma de fazer.”

Entramos na história do Leverkusen ao vencer o Bundes pela primeira vez

Xabi Alonso, treinador do Bayer Leverkusen

A euforia foi tanta que a invasão chegou antes do fim. Cerca de 20 mil pessoas ainda estavam na BayArena duas horas depois do jogo, obrigando os jogadores a irem até o camarote para cumprimentar, cantar… “Viva a Espanha” explodiu no sistema de alto-falantes em homenagem aos seus heróis. A festa deve continuar.



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