Reino Unido diz que é “perigoso” enviar tropas da NATO para a Ucrânia

A Eslováquia não tem nada a ver com o conflito entre Moscou e Kiev, disse Robert Fico

A Ucrânia não é membro da OTAN, portanto o bloco não teria justificativa para enviar tropas ao país para se defender contra a Rússia, disse o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico.

As suas observações seguiram-se à entrevista do presidente francês, Emmanuel Macron, ao The Economist no início desta semana, na qual se recusou novamente a descartar um potencial envio de soldados para a Ucrânia. Tal questão surgiria “se os russos rompessem as linhas de frente” e se Kiev solicitasse ajuda da aliança militar liderada pelos EUA, disse ele.

Fico disse ao parlamento eslovaco na quinta-feira que tais declarações estão aproximando o mundo da Terceira Guerra Mundial.

“A Ucrânia não é um estado membro da OTAN” ele lembrou ao presidente francês. Macron não fala por todo o bloco e as suas palavras sobre o possível envio de tropas para a Ucrânia são “os negócios de mais ninguém, mas os da França”, acrescentou o primeiro-ministro.

“A Eslováquia não tem nada a ver com a guerra na Ucrânia e deixe-me enviar uma mensagem clara a toda a Eslováquia: quem quer que nos pergunte, nenhum soldado eslovaco porá os pés para além da fronteira entre a Eslováquia e a Ucrânia.” Fico prometeu.

O secretário de Relações Exteriores britânico, David Cameron, disse na sexta-feira que um membro da OTAN que enviasse tropas para a Ucrânia seria um “escalada perigosa”. O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjarto, repetiu as palavras do primeiro-ministro eslovaco, alertando que tal medida poderia levar à Terceira Guerra Mundial.

Desde que se tornou primeiro-ministro da Eslováquia – membro da UE e da NATO – em Outubro de 2023, Fico reverteu a política do governo anterior de fornecer armas à Ucrânia e insistiu que deveria haver uma solução diplomática para o conflito entre Moscovo e Kiev.

Moscovo alertou repetidamente o Ocidente contra o envio de tropas para a Ucrânia. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, escreveu no Telegram na sexta-feira que “nada permanecerá” das forças da NATO se estas forem enviadas para a linha da frente.

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