“Deixa só eu terminar de falar”, pediu Marcos Mion, educadamente, para Keny Sade, a certa altura da abertura da transmissão do show de Madonna em Copacabana.

A apresentadora demonstrou ansiedade em falar tudo o que estudou sobre a cantora e ‘atropelou’ o colega em vários momentos, inclusive tentando completar o raciocínio dele.

Veterano no comando de eventos do tipo, Mion manteve a gentileza e cedeu espaço algumas vezes quando Kenya o interrompeu. Fez valer a fama de ser um cara legal.

Ele deveria ter tido mais tempo para contar histórias saborosas, como o pernoite na porta do estádio do Morumbi para ver Michael Jackson.

O atraso de 55 minutos para o começo do show obrigou os repórteres Mônica Teixeira e Diego Haidar a fazer mais entradas ao vivo do que o previsto. Tiraram de letra ao passar informações com o carisma desejável à ocasião.

Fora isso, a transmissão da Globo correu dentro do conhecido padrão de qualidade da emissora. Destaque para a câmera que ficou a 1 metro da cantora em certos momentos, proporcionando uma experiência especial ao telespectador.

A tradução simultânea foi eficiente e divertida, inclusive ao driblar os palavrões – a palavra chula em inglês para o órgão sexual feminino virou “periquita”. Só faltaram as legendas com o título das músicas para aqueles não tão familiarizados com o repertório.

No clima liberal proposto por Madonna, a Globo exibiu um beijo na boca entre dois homens na areia, destacou as bailarinas com os seios à mostra no palco e não censurou as simulações de masturbação, sexo e violência. O beijo de língua da pop star numa dançarina em ‘Hung Up’ mereceu um quase close. Tudo isso antes da meia-noite e sob o olhar do Cristo Redentor.

Quando o show efetivamente teve início, às 22h48, o canal marcava 17 pontos de audiência segundo aferição do Ibope em tempo real na Grande São Paulo. Em segundo lugar, o SBT registrava 3.5 pontos com ‘Sabadou com Virgínia’. Atrás, a Record tinha os 2.5 pontos de ‘A Grande Conquista’.