Menotti e suas conversas com MARCA: cigarros, seu amor pela Espanha, seus amigos...

O que dizem sobre a Espanha?” ‘El Flaco’ costumava nos perguntar. quando o contatamos da Espanha ou já em Buenos Aires. Menotti sempre teve um ótimo relacionamento com MARCA, e este jornalista conseguiu fazer inúmeras entrevistas com ele. Foram conversas (não entrevistas típicas) com conteúdo. Cada frase de César era manchete pela profundidade do que dizia e como o dizia, sempre com o verbo adequado.

Nosso compromissos eram em seu lendário escritório na Rua Paraguai, no centro de Buenos Aires. César ia lá todas as tardes, depois de comer alguma coisa no refeitório do outro lado da rua. Sempre ‘tarde’, como gostava este herói que nos deixa com um vazio pessoal muito importante. Eu não falava com ele há alguns anos. Retirou-se da esfera pública e o vínculo permaneceu lá, cheio de anedotas e citações durante anos na lendária cafeteria Biela, na Recoleta. Sempre, claro, com o cigarro aceso ou prestes a fazê-lo. César era um fumante convicto.

Pela Rua Paraguai Sempre ia com meu amigo argentino, também jornalista, Carlos Salgado, a quem serei eternamente grato por ter me apresentado a ‘Flaco’ e ‘Narigón’ Bilardo, que ainda está entre nós. Salgado participou de uma conversa a três que depois reproduzimos (nem sempre) no MARCA.

César visitou muito Madrid. Ele amava nossa cidade. Seu grande amigo ‘espanhol’ é o técnico argentino Ángel Cappa, que ontem mal conseguiu articular uma palavra sobre a tristeza que inundava sua alma.. César ficava sempre hospedado no mesmo Hotel, na rua Agustín de Foxá, junto à estação Chamartín. De lá, foi de um lugar para outro, sempre tendo o futebol como bandeira. Com o seu futebol, claro, porque César nunca abriu mão dos seus princípios, vencendo ou perdendo.

Iniciar O Barcelona chegou em março de 1983, substituindo o alemão Udo Lattek. O presidente Núñez o contratou como treinador que poderia aumentar o desempenho de Diego Maradona. César conquistou três títulos (Taça, Taça da Liga e Supertaça) e treinou 73 jogos, vencendo 41. Treinou em 82-83 (março a junho) e em 83-84 (campanha inteira).

GUSTAVO ORTIZ

Em Atlético de Madrid foi contratado pelo presidente Jesús Gil em julho de 1987. Liderou o time em 35 partidas, com 18 vitórias e nenhum título. Ele foi demitido em março de 1988 após muitos desentendimentos com o dirigente atlético. Um relacionamento difícil que não durou nem uma temporada.

Na Espanha ele será sempre lembrado, porém, bem e para sempre.



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