Mbappé, agora...

“Estamos confiantes que nos classificaremos para a final”. Aquela segurança que Kylian Mbappé declarou aos quatro ventos na preparação para a segunda mão contra o Dortmund transformou-se em confusão e escuridão. Em mais de 180 minutos a chamada para ser o melhor jogador do mundo fracassou. Seu PSG também. O extenso arsenal dos homens de Luis Enrique foi transformado em armas brancas. E Hummels triunfou, e dominou a fiabilidade e consistência alemãs – quando as equipas alemãs deixarão de ser desprezadas – para levar o Dortmund a mais uma final da Liga dos Campeões. Contra todas as probabilidades.

PSG 0-1 Borussia Dortmund: resumo e gols | Liga dos Campeões (semifinais, segunda mão)CAMPEÕES MOVISTAR PLUS

Eles permanecerão para serem lembrados seis tiros no poste do PSG entre as duas partes (quatro delas em Paris) e o 30 remates por Kobelo insegurança por Donnarumma e outros erros atribuíveis aos de Luis Enrique, mas o Dortmund fez muitas coisas bem para chegar à grande final. Aqui estão algumas das chaves, puramente futebolísticas, para conseguir a surpresa desta Liga dos Campeões.

Apagão de Mbappé

“Mbappé só pode ser defendido em equipe. Com seu ritmo inimitável, ele não pode ser defendido sozinho”, Hummels apontou após a primeira mão. O zagueiro alemão acabava de se tornar o principal antídoto de Kylian. O Dortmund sabia que Mbappé não podia virar, não deveria encontrar espaços para correr e reduzir as suas intervenções aos controlos com a baliza atrás de si. E quando conseguia virar, os espaços eram mínimos.

De ter conseguido marcar um gol até ser eliminado: o PSG teve até quatro chutes na trave!CAMPEÕES MOVISTAR PLUS

Sancho, Sabitzer e Ryerson se agruparam e o craque parisiense saiu. A pólvora molhou e Ele se despediu do Parc des Princes como eterno candidato à coroa europeia. Luis Enrique mexeu suas peças para encontrar acomodação para Kylian: primeiro na ala esquerda e no segundo tempo como referência. Ele tocou no gol quase no final do jogo, mas foi uma de suas poucas partidas. Ele nunca encontrou o seu lugar e foi aí que começou o desastre francês.

A parede amarela

Os do Terzic souberam lidar com todos os registros. No início de cada parte ofereceram uma pressão intermediária para impedir o esperado impulso inicial do PSG. Então ele deu um passo para trás. Sempre bem escalonado, com seus jogadores perfilados para não permitir controles confortáveis ​​por parte do rival e com a ajuda a poucos passos de distância para minimizar os esforços defensivos. Tudo reduzido a poucos metros.

Controlaram na defesa, mas também ameaçaram com a bola. Com Sancho e Adeyemi no espaço, com um jogo de posição com muita personalidade na hora de diminuir a frequência cardíaca no jogo. Ele não permitia duelos, não apresentava fraquezas defensivas e era intransitável de cima. A parede amarela estava mais consistente do que nunca.

Vitinha, o único elemento desestabilizador

Se alguém salvou a cara do PSG nesta semifinal foi Vitinha. O português emergiu como um dos melhores médios do cenário europeu da atualidade. Já foi o melhor na eliminatória contra o Barça e repetiu contra o Dortmund. Único que ultrapassou linhas com os passes, olhou para frente e esqueceu os passes horizontais. Suas ações sempre foram intencionais. Muitas vezes prejudicial. Ele ainda ousou na intermediária e acertou o travessão.

Enquanto todos olhavam para Mbappé ou Dembélé, o jogo do PSG e as opções para gerar algo na frente passaram pelas chuteiras do médio farense. Com Mbappé fazendo as malas, O eixo em que o futebol da seleção parisiense deve girar aponta para o português.

Falta de pontaria francesa ou resistência alemã? Certamente um pouco de ambos. Foi assim que nasceu a vitória de uma equipa do Dortmund que soube sofrer mas também mereceu estar em Wembley. Lá perdeu a última final e desta vez, como convidado inesperado, tentará conseguir a grande surpresa desta Liga dos Campeões.



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