Protestos estudantis pró-Palestina se espalham pelas nações nórdicas

Manifestantes na Suécia, Finlândia e Dinamarca exigem um boicote contra Israel por causa da guerra em Gaza

Uma onda de protestos em campus universitários em toda a Europa e nos EUA, expressando solidariedade com os palestinos pela guerra em Gaza, chegou agora aos países nórdicos, segundo relatos da mídia.

Na Finlândia, dezenas de manifestantes do grupo de solidariedade Estudantes pela Palestina terão erguido um acampamento fora do edifício principal da Universidade de Helsínquia. Eles exigem que a instituição corte os laços com as universidades israelenses, incluindo a rescisão de todos os acordos de intercâmbio de estudantes e de cooperação em pesquisa.

Segundo os manifestantes, as universidades israelitas, especialmente a Universidade de Tel Aviv e a Universidade Hebraica de Jerusalém, estiveram envolvidas no desenvolvimento de tecnologias de armas utilizadas em Gaza e na formação de pessoal militar em cooperação com as Forças de Defesa de Israel (IDF).

As instituições de ensino superior finlandesas deveriam seguir as da Noruega, onde cinco universidades cortaram relações com Israel em Fevereiro, dizem os manifestantes. Eles alertaram que a manifestação continuará até que as suas reivindicações sejam atendidas.

Na Dinamarca, os estudantes também criaram um acampamento pró-Palestina na Universidade de Copenhague. Cerca de 45 tendas teriam sido instaladas no gramado do lado de fora do campus da Faculdade de Ciências Sociais.

A universidade disse que os estudantes poderiam protestar, mas pediu-lhes que respeitassem as regras no campus. “Busque o diálogo, não o conflito e abra espaço para perspectivas diferentes das suas,” a administração afirmou no X (antigo Twitter).

O grupo pró-Palestina argumentou que as suas tentativas de falar com a administração nos últimos dois anos sobre a retirada de investimentos de empresas israelitas foram em vão.

“Não podemos mais ficar satisfeitos com um diálogo cauteloso que não leva a ações concretas”, o grupo afirmou em sua página no Facebook.

Espera-se também que grupos pró-palestinos realizem grandes manifestações na terceira maior cidade da Suécia, Malmo, que irá acolher o Festival Eurovisão da Canção.

A Suécia está supostamente a reforçar a segurança antes dos protestos, dando à polícia armas maiores e trazendo reforços da Dinamarca e da Noruega.

As manifestações em Malmo estão previstas para 9 de maio, quando Israel participará na segunda semifinal da Eurovisão, e para 11 de maio, dia da final. Os manifestantes dizem que desafiarão a participação de Israel na competição.

Eden Golan, a concorrente israelense, foi orientada a não sair de seu quarto de hotel por questões de segurança.

Os relatos sobre os crescentes protestos pró-Palestina surgem no momento em que tanques israelenses entram na cidade de Rafah, no sul de Gaza, para realizar “uma operação precisa de contraterrorismo” contra militantes do Hamas.

O Hamas lançou um ataque surpresa a Israel em 7 de outubro do ano passado, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns. Israel imediatamente declarou guerra ao grupo militante, tendo até o momento matado quase 35 mil palestinos, a maioria deles mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

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