Palavras de demissão: “É mais fácil ver um porco voando pelo Bernabéu do que eu retificá-lo”

Presidentes e treinadores. No meio um porco, um contrato no banheiro ou uma rendição implícita. A troca de mensagens na mídia tem consequências. São jogos que os executivos ganham. O episódio que vive Xavi Hernández com Laporta Tem precedentes sólidos, alguns com palavras atômicas. Estão incluídas partes incomuns do dicionário com protagonistas dos anos selvagens do futebol espanhol, como Jesús Gil, Lorenzo Sanz ou Ramón Calderón.

À sua frente, com a sua linguagem viva, aparecem no banco personagens contrastantes como John Toshack, El ‘Coco’ Basile ou Bernd Schuster. Os três perderam seus cargos quando seus presidentes consideraram suas declarações um ataque à entidade ou um excesso de suas funções. O roteiro dos episódios em que protagonizaram faz parte da história do futebol espanhol.

O movimento do porco

O galês John Benjamin Toshack viveu duas aventuras no banco do Real Madrid. A primeira, com Ramón Mendoza como presidente, durou entre 1989 e 1990. A segunda chegou em 1999 e foi interrompida pela consequências de algumas palavras em MARCA que mostrou uma fratura com um núcleo importante do elenco.

Coco Basile no Atlético

Toshack iniciou o segundo período branco em fevereiro de 99 como solução do Presidente Lorenzo Sanz para encobrir a crise desportiva sob o comando de Guus Hiddink. Nessa altura dirigia o Besiktas e a equipa madrilena viajou até à Turquia para o retribuir. Em novembro daquele ano o feitiço foi quebrado. O principal gatilho veio após uma vitória em Vallecas.

O treinador criticou o desempenho de alguns jogadores, principalmente do goleiro Albano Bizarri. O conselho pediu moderação em suas expressões. A resposta do galês no MARCA foi oposta e deixou outra decisão histórica: “É mais fácil ver um porco voando sobre o Bernabéu do que eu corrigi-lo”, declarou Mario G. Estrela, editor deste jornal.

É mais fácil ver um porco voando pelo Bernabéu do que eu corrigi-lo

John B. Toshack (antes de ser demitido do Real Madrid em 1999)

Estas palavras, conhecidas por Lorenzo Sanz depois de uma entrevista com José María García na Cadena Cope, caíram por terra nos escritórios do Bernabéu. Sanz estava “farto” de uma deriva em que jogadores e treinador Eles resolveram divergências na imprensa. “Tenho que expulsá-lo logo pela manhã”, disse o presidente.

Toshack foi à Cidade Desportiva do Real Madrid na manhã seguinte. A sua presença foi exigida no Bernabéu quando a sua demissão gerou protestos. O motivo já estava claro. O galês, educado na escola de Liverpool, não perdeu um átomo do seu humor único: “Vou ver se há porcos a voar sobre o Bernabéu”. Lorenzo Sanz nomeado Vicente del Bosque novo treinador do Real Madrid.

O ‘Coco’, o coquito e os horários

Em fevereiro de 1995, Jesús Gil contratou um novo treinador para o Atlético, o argentino Alfio ‘Coco’ Basile. Para o presidente rubro-branco, os técnicos eram fast food e sua nova aposta, que dirigiu o navio argentino na Copa do Mundo de 94, não seria diferente.

A separação estava fermentando até explodir em junho, cinco meses depois. Como em outras ocasiões com Gil e Gil manuseando o dicionário Não ajudou a coexistência. ‘Coco’ Basile já chegou ao Calderón com muitos chutes acertados e também não se conteve.

Repito, estrago o contrato, não me pisoteiam, é como se eu dissesse como é preciso ser prefeito de Marbella

Alfio ‘Coco’ Basile (antes de ser demitido do Atlético de Madrid em 1995)

O treinador deixou um episódio eterno para a história do campeonato e para o arquivo popular. Foi quando expressou em maio que “caguei no contrato”, resposta que deu aos trovões iminentes que anunciavam uma possível demissão.

Um mês depois, com os sinos do divórcio iminente tocando em estéreo, o presidente e o treinador enviaram mensagens em voz alta à mídia. Gil garantiu que com Basile “os horários não coincidem. Quando eu me levanto, ele vai para a cama. Para mim, bonito e arrogante, apenas o suficiente. De Coco, comigo, coquito.”

O técnico, já com a empresa de mudanças à porta, não poupou elogios ao patrão. “Volto a repetir que estraguei o contrato. Devem ser técnicos, não sabem de nada e dão a sua opinião. “Nunca me deixarei pisotear”, disse o argentino. Assim terminou uma das inúmeras aventuras entre Gil e os treinadores.

No verão de 2007 Ramón Calderón optou por Bernd Schuster como novo treinador do Real Madrid após a segunda fase Fábio Capello no banco branco coroado com mais um campeonato da liga. O alemão venceu a Liga em sua primeira temporada. A tempestade chegaria no segundo.

A rendição de Schuster

O começo de temporada, cheia de lesões, raiva por contratações frustradas e maus resultados, estava sendo irregular com um desastre sem precedentes, a eliminação na Copa del Rey contra União Real de Irún. Em Dezembro, o Real Madrid perdeu por 3-4 no Bernabéu frente ao Sevilha e ficou nove pontos atrás do Barça.

É impossível vencer o Barça no Camp Nou no sábado, é o ano deles

Bernd Schuster (antes de ser demitido do Real Madrid em 2008)

Na semana seguinte, os homens de Guardiola esperavam no Camp Nou. Depois de perder para o Sevilla, Schuster declarou na sala de imprensa algo que soou como rendição: “Parece impossível para mim”. que podemos vencer o Barça no sábado. É o ano dele e ele está arrasando. “Vamos tentar fazer um bom trabalho.”

O paralelismo com Xavi

A substância das palavras do treinador foi semelhante à de Xavi, a situação de superioridade que acreditava apreciar no seu grande rival. Quando se fala em Real Madrid e Barcelona, ​​qualquer análise fria explode.

Essa frase, com a qual o alemão garantiu que estava apenas tentando aliviar a pressão dos seus jogadores, foi o álibi perfeito para a separação. Ramón Calderón e Mijatovic, o diretor esportivo, acabou com a confiança no alemão. O Real Madrid contratou Juande Ramos como novo treinador, visitou o Barça de Guardiola e perdeu por 2 a 0.



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